quarta-feira, 30 de abril de 2008

O mundo habituado a estar dividido em dois


Espera por alimentos, Darfur

O arroz bate records, o que até pode parecer banal para nós habituados ao arroz feito de não sei quantas maneiras, mas sem dúvida importante para os milhões para os quais levar uma colherada de arroz à boca chega a ser um exotismo. Fala-se em 100 milhões de novos famintos devido ao aumento do preço dos alimentos e ontem a ONU chamou à política da União Europeia para os biocombustíveis de desastrosa, prova que a que parecia uma solução para o petróleo pode criar mais problemas que aqueles que já existem. Éramos um mundo habituado a estar partido entre pobres e ricos, bem acostumados a petróleo estruturalmente barato. Crescemos sem carência de matérias primas porque haviam muitos que não as utilizavam, consumíamos confortavelmente porque haviam milhões de outros que não o faziam. E muitos continuam a não o fazer, mas bastou juntar-se a este clube dos grandes consumidores dois pequenos grandes gigantes chamados Índia e China, bastou estes milhões para o equilíbrio se esvair. O mundo tem agora que criar novos equilíbrios, e a mudança custa e custará a passar.

34 de evolução anti-natura do PSD




34 anos depois os ideais do então PPD foram resumidos à liderança de Menezes e Ribau, que mais se pode dizer?

A gangrena de votos que Sócrates quer parar

A campanha para as legislativas está aí, e em força, o próprio Sócrates disse a palavra “eleições” várias vezes hoje no parlamento. E para quem é que Sócrates se vira? Para a esquerda, enquanto que o PSD anda entretido a decidir se escolhe entre a sua versão Tatcheriana do poder e o apocalipse que é Santana, Sócrates entendeu que este era o momento de acordar para os votos que vai perdendo para a esquerda, Bloco e PCP mostram nas sondagens que têm juntando muitos dos descontentes com o PS. Contundo o nosso amado primeiro-ministro está convencido que é mostrando as garras que consegue mais votos, engana-se não é com a agressividade que se viu hoje no debate quinzenal que consegue recuperar um único voto que fugiu para a esquerda, algo que já de si será difícil, as eleições são só em 2009 mas perder votos é muito mais fácil que recuperá-los. Não é com discursos inflamados e adjectivos fartos que o PS se aproxima desses votos, só ajuda cavar ainda mais o fosso com a sua esquerda.
E uma das formas de recuperar votos seria lembrar Sócrates de algumas promessas da campanha de 2005, entre as quais a de revogar o Código de Trabalho de Bagão Félix, um promenor que ficou esquecido no tempo. As propostas em relação aos recibos verdes podem ser um avanço, mas não dão garantias que a geração dos mileuristas tenha uma perspectiva alargada de futuro. Aqui bem podia ser o Estado a começar a dar o exemplo e deixar de subcontratar as aulas de inglês do primeiro ciclo a essas chamadas de empresas de trabalho temporário que foram enchendo as escolas dos seus professores de inglês a quem pagam aos níveis da falta de vergonha que têm. Mas sobretudo ainda não se percebeu o que é essa coisa do despedimento por inaptidão, ou melhor já se percebeu, é o condimento perfeito para varrer das empresas os trabalhadores na casa dos 50 anos, caros e indesejáveis e a quem facilmente se vai colocar um rótulo de “inaptidão tecnológica”, os dispensáveis portanto, que sem pudor serão fáceis de despedir.

Duas democracias pungentes

Mugabe perdeu, mas ficou a escassos pontos da oposição, logo haverá segunda volta, e isto é anunciado mês e meio depois da eleições, mais um record que o Zimbabwe pode juntar ao já seu record do nível de inflação. Nestes últimos dias também têm havido tentativas de enviar para o país africano de Mugabe armas provenientes desse outro apogeu da democracia que é a China. China que ontem fez saber que condenou três manifestantes pró-tibete a prisão perpétua. Se o mesmo modelo fosse aplicado pelos países por onde tem passado a tocha olímpica milhares já estariam a apodrecer nas prisões. No fundo é a China igual a si própria!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Venham mais cinco

Cavaco a colher os frutos do seu passado

Cavaco discursou a parte II do discurso que havia feito no 25 de Abril do ano passado. Em 2007 Cavaco pediu a mudança nas cerimónias de Abril e a mudança não chegou, um ano passado Belém foi até pedir um Estudo para o discurso presidencial. O diagnóstico está em parte lá, mas o que não está lá são as razões de se ter chegado aqueles dados sobre os jovens e o afastamento da memória e do presente político, e sem saber as razões, sem saber a fonte dos problemas nada se mudará. Mas no meio das muitas causas para tanta distância com a história está ele próprio: Cavaco (ou melhor a política de Cavaco) que bem podia ter olhado para trás enquanto redigia o discurso. Ainda na última campanha para as presidenciais Cavaco afirmava que durante os seus governos em matéria de ensino preferiu-se apostar na massificação, estendendo o ensino obrigatório até ao 9º ano, admitindo que a quantidade tinha sido superiorizada em relação à qualidade. Aqui está um dos resultados desta falsa ideia, a falsa ilusão que quantidade é sempre bom indiferentemente da qualidade daquilo que se possa criar.
Aqui mais do que uma questão de mero saber, é uma questão de consciência, ou neste caso a falta dela em relação ao presente ou a um passado que tem meros 34 anos, um grão de poeira na história, mas o suficiente para muitas gerações nascerem e desaparecerem.
Todo este discurso soa a pouco, e quando Cavaco diz que as comemorações do 25 de Abril não são monopolizáveis por nenhum grupo político, de facto não são, como o Cravo não é, ou pelo menos não pode nem deve ser. O cravo não tem que ser de esquerda ou de direita, é o símbolo daquele dia, mas esse, o cravo, continuou a não estar à lapela de Cavaco hoje, como não esteve o ano passado, como não esteve há dois anos. Porque o Cravo não é de ninguém, é de todos, é dos de esquerda, dos de centro, dos de direita, e daqueles que não querem ser coisa nenhuma.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A liberdade de Abril por Vieira da Silva

O regresso do menino guerreiro. Uma vítima…dele próprio



Nos últimos dias ficámos especialistas em PSD e voltamos a descobrir as não sei quantas alas que existem dentro do partido. E cá está o candidato dos Menezistas e dos Santanistas, ele próprio, essa Fénix política que é Santana Lopes. Só que a Fénix prepara-se para dar o último sopro com esta candidatura e pelo andar da carruagem jamais conseguirá renascer das cinzas depois disto, isto se a palavra jamais pode sequer ser aplicada a essa figura que é Santana Lopes. Um ex presidente de um partido atira-se assim para uma campanha interna, que se perder é mais uma derrota pesada se ganhar fica com um partido nas mãos que não conseguirá unir e com o qual não saberá muito bem o que fazer.
O mais delirante é que Jardim podia ter sido o candidato desta dita ala mais “basista” (este vocabulário partidário é uma riqueza!) do PSD e até parecia que era desta que Jardim se dedicava à política dos cubanos continentais, mas Santana passou-lhe a perna e Jardim disse hoje aquilo que o Menino Guerreiro irá cometer: “suicídio”. No fundo a candidatura de Jardim era coerente com o momento do PSD, que se parece nestes dias muito com o arraial do Chão da Lagoa com que Jardim nos brinda no pico Verão. Pode ser que no meio disto tudo alguém se lembre de emitir uma ideia sobre o que quer que seja!

E não saímos disto

Clinton ganhou a Pensilvânia, aproximou-se de Obama, mas não o ultrapassou. Daqui a quinze dias chegam as primárias do Indiana e da Carolina do Sul que pouco devem mudar, Clinton ganha o primeiro e Obama o segundo, chutando ainda para mais a decisão de qual será o candidato para a convenção democrata de Denver em Agosto. Temos como cenário muito provável que nenhum chegará à convenção com o número mágico de 2000 delegados, a decisão é empurrada para os superdelegados que podem até acabar por nomear o candidato que tenha menos delgados, mesmo que a diferença entre os dois candidatos democratas seja mínima. Uma disputa muito longa, demasiado longa para um partido democrata que se vai atrasando na disputa com McCain, o candidato republicano que entretanto faz já o seu caminho.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Entre cidades e entre fotos



O elogio por elogio ou por obrigação para além de inútil não faz muito o meu género, é um frete demasiado grande para me dar ao trabalho, e não é este tipo de elogio que vou fazer ao Luiz Carvalho que hoje inaugurou a sua exposição Entre Cidades em Lisboa. Se há coisa difícil é explicar porque gostamos de um quadro, de uma imagem, de uma foto, sobre ela podemos fazer milhentas descontrucções, fazer daquelas reflexões sem fim em que tentaria enquadrar cada imagem numa coisa qualquer. Podia e as fotos do Luiz Carvalho deixam-me fazê-lo, mas não me apetece, prefiro apenas dizer como captei a suavidade da foto da rapariga no castelo de S. Jorge (1º foto acima), a exuberância cativante do porsche junto à piscina em Cannes, a simplicidade deliciosa da rapariga parisiense de ar espantada posta num qualquer beiral sobre a palavra utopia (bela Metáfora, foi em Paris que tantas utopias nasceram) ou como vi todo o significado da expressão “luz de Lisboa” naquela foto de Santos iluminada pelo sol de Inverno de um qualquer final de tarde (2º foto acima).
Arte é isso, é gostar de algo, subjectivamente gostar de ver, sem que nenhuma palavra seja suficiente para materializar esse gosto. Bem sei que o Luiz Carvalho não gosta que se chame ao fotojornalismo ou ao seu trabalho de arte, chamemos lhe então a arte do sentido do momento, do sentido de entender e de conseguir captar aquele segundo, daquela forma, naquele local, com aquelas pessoas, a arte de entender qual será o instante ideal, qual será o instante fatal.
Um belo final de tarde que este foi, ideal para ainda ter tempo de andar por Lisboa e aproveitar estes primeiros rasgos de luz primaveris de final do dia que vão enchendo a cidade.

Dia da Terra


Foto galardoada com o 5º lugar nas melhores fotos de 2003. Um pouco do que é a Terra

“Vista dos confins do espaço, a Terra não é maior do que um grão de poeira. Lembra –te disso da próxima vez que escreveres a palavra “humanidade” “. Paul Auster em Viagens no Scriptorium. Esta frase resume bem como vivendo na Terra, e querendo viver bem aqui, convém lembrar o quão frágil e pequenino tudo isto é.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Diário da crise

Ventos de crise não faltaram hoje, de todo o lado as notícias foram tudo menos entusiasmantes:

1. Banco de Inglaterra anunciou que vai atribuir singelos 60 mil milhões de euros, o objectivo é refinanciar a banca que tem perdido e muito com a crise do mercado imobiliário. O plano passa pela troca de hipotecas imobiliárias dos bancos por obrigações do Estado. É sempre fascinante ver como nestes momentos o discurso do santo mercado se evapora e o Estado mostra que não é um mero apêndice da economia.

2. A Banca Mundial admitiu que em 2007 só devido à crise do mercado hipotecário perdeu 288 milhões de euros

3. FMI reviu em baixo todas as perspectivas de crescimento económico tanto para os EUA como para a Europa

4. Hoje ligando a televisão na CNN a notícia de abertura tinha como título “Crise Alimentar Mundial”, de facto nos últimos dias todos os bens essenciais, em especial os cereais e arroz têm batido preços record que prometem afundar ainda mais na pobreza aquele que estão à tona de água da sobrevivência

5. O petróleo atingiu hoje novo máximo a terminar a sessão nos 117,60 dólares, sendo que o nosso sempre amado presidente Iraniano Ahmadinejad aproveitou o fim-de-semana para informar que considera que o preço do barril do petróleo ainda está excessivamente baixo.

Uma segunda-feira cheia noticias optimistas para começar a semana!

Entre Cidades de Luiz Carvalho



Como sobrinho do Luiz Carvalho posso parecer suspeito por aqui referir a sua mais recente exposição Entre Cidades que amanhã é inaugurada na Galeria Verde Alface em Lisboa, mas é precisamente por conhecer bem o seu trabalho que tenho a certeza que amanhã seremos brindados com mais uma excelente exposição de fotografia. Boa Sorte para amanhã.

Oxygene de Jean Michel Jarre



Fica aqui este vídeo da música Jean Michel Jarre que dia 25 visita pela primeira vez Lisboa

A cavaquista que aí vem


Ferreira Leite chegou-se à frente, embalada pelo empurrão que ontem Marcelo lhe deu pondo-a como favorita em relação a Rui Rio. Em termos internos Ferreira Leite vence, Passos Coelho e Pantinha Antão podem ser muito conhecidos dentro do partido, mas tal como Aguiar Branco passam ao lado do país e de todos o que não andam muito interesantes na feira popular que é a vida interna do PSD.
Com Ferreira Leite como Presidente dos laranjas não é muito díficil adivinhar qual será o grande debate paras eleições de 2009: défice. Sócrates a apontar o dedo a Ferreira Leite pelo défice que ele messiânicamente andou a tratar e ela, Ferreira Leite, a apontar o dedo a ele, Sócrates, de como se chegou ao tal valor de 6% de défice em 2005. Ferreira leite pode tocar noutros pontos, mas quando chegarmos à campanha, vai ser isto a discussão. A Ferreira Leite falta apresentar o mais interessante: onde se vai pôr o PSD? Com um PS bem acantonado ao centro e a piscar o olho ao eleitorado do PSD, em algum canto o partido terá que ser pôr.

Cavaco soube a pouco na Madeira

Cavaco passou seis solarengos dias na Madeira, de concelho em concelho, de beijinho em beijinho tentando suavizar o ambiente entre o rectângulo dos cubanos (como Jardim nos gosta de baptizar) e o Governo Madeirense. A visita foi agradável, mas há momentos em que meia dúvida de palavras repetidas e de circunstância tornam uma visita presidencial curta e com pouco para relembrar. Cavaco não quis criticar publicamente a recente pérola retórica de Jardim quando chamou “bando de loucos” aos deputados do parlamento regional, fez mal. Provavelmente fê-lo em privado, basta lembrar a cara de poucos amigos com que Jardim saiu da conferência com o Sr Silva, que aliás no final da reunião nos brindou com uma das suas ironias cavaquistas afirmando que aquele era um: “dia perfeito”. A mensagem podia estar lá, mas não chega e não chegou, há situações em que não se pode passar afirmações como aquelas, há momentos em que a solidariedade presidencial deve existir, neste caso em relação aos deputados regionais, e não esteve. Em vez disto Cavaco preferiu uns encontros com um ar semi-clandestino feitos por favor aos outros partidos representados no parlamento Madeirense. Pouco, muito pouco e exigia-se que desta vez não se deixasse que os comentários de Alberto João Jardim passassem desta forma pelas gotas da chuva.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

O tipo de discurso com que Menezes está

O nível político de Menezes na entrevista a Mário Crespo torna impensável que alguém com este discurso continue à frente do PSD. Só um partido completamente anestesiado, totalmente varrido de qualquer ideia pode fazer que uma personagem destas continue à liderá-lo. Menezes pode ser divertido, mas é o maior buraco do PSD, o homem que apareceu hoje naquela entrevista está crispado dispara contra tudo e contra todos e ainda chama terroristas aos seus próprios militantes. Se isto não é bater no fundo, o que será?

Cristo numa versão ligeiramente diferente

A factura que pesa cada vez mais

Os Americanos voltaram a fazer o Balanço da Guerra do Iraque, mas no meio dos números dos mortos e dos feridos, a opinião pública descobriu que os Iraquianos estão sentados sobre um enorme manto de petróleo, manto que lhes valerá uns muito largos biliões de dólares no ano em que o petróleo já ultrapassa confortavelmente os 100 dólares. Uma América cansada da Guerra fervilhou com os números das receitas petrolíferas Iraquianas, levantado paralelamente ao debate sobre a retirada ou não retirada do Iraque a discussão sobre a forma como a América deve ou não continuar a pagar as facturas Iraquianas. Esta é uma evidência da saturação que o Iraque está a gerar na América, uma América que sabe que o custo do conflito chegará a longo prazo. A dívida pública que Bush deixa para trás pesará, e muito, a quem vier atrás fechar a porta. Passaram 5 anos, o Iraque é instável, não tem um modelo político que se aguente, os Iraquianos sentem a instabilidade e os Americanos sentem que têm que abandonar o cenário em que estão afogados, 5 anos depois a solução Iraquiana tarda em chegar.

O debate não terminou

Foi assinado o acordo entre o Ministério da Educação e os Sindicatos, não é o acordo ideal e tem já carimbado um curto prazo de validade que só faz com que seja viável para este ano. Falta saber como o modelo de avaliação avançará para o ano e como no meio das retóricas dos recuos, vitórias e derrotas será possível chegar a um entendimento.
Há poucos foguetes para lançar, a crise acabou por ser apaziguada por Ministério e sindicatos, mas por baixo do apaziguamento continua tudo para discutir, a Manifestação do início de Março não foi só e apenas uma manifestação contra este modelo de avaliação, foi contra toda uma política de educação que não se alterou um único milímetro. Já aqui escrevi várias vezes o que tanto me separa desta concepção de escola que vai nas cabeças ministeriais. O tom político pode ter sido suavizado, mas as ideias erradas continuam lá, e os maus resultados que elas geram também não se apagarão. Ao contrário do que se possa julgar, está tudo por discutir!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Um partido em estado de histeria


Cartoon, blog Cartoons da Imprensa

Menezes convocou directas, a liderança do homem de Gaia está a ser uma bela metáfora daquilo que é o PSD. Como aqui escrevi há uns dias, este é o partido sempre à espera de um Messias e tanto espera que deixa que homens como Menezes vão subindo e cheguei à liderança, mas o PSD é hoje sobretudo um partido esquizofrénico, em que os líderes e as direcções têm uma ânsia de legitimação a toda a hora, precisam dos votos de directas ou de congressos como de pão para a boca e quando não sentem essa legitimação batem com a porta. Mas este é um partido que vive em estado de stress permanente sempre que se encontra na oposição, tornando-se completamente auto-fágico ,matando líderes a uma velocidade estonteante.
Muito se pode dizer de mais este episódio do partido que faz quase um congresso por ano, mas sobretudo o que percebemos é que o mal do PSD é que não existe um PSD, existem vários PSD´s compostos pelos
Barrosistas, Menesistas, Santanistas e muitos outros -istas que se matam uns aos outros e que apenas se unem quando toca a companhia do poder e é necessário defender o barco.
Afinal a bomba que era necessária para tirar Menezes do poder não precisava de ser muito potente, Ângelo Correia deu o mote há uns dias para a debandada e hoje Menezes debandou também, resta saber se ao contrário do que diz ainda regressará para as directas.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Porque é que Jardim faz estas tristes cenas?

Ao fim de 30 anos no poder Alberto João Jardim já se tornou aquela figura do regime que toda a gente diz que tem obra, até no PS já todos dizem isso, podemos discutir o tipo de crescimento e desenvolvimento da Madeira, mas isso é outra discussão. Depois de tantos anos de poder e de tanto consenso em torno da obra, Alberto João bem podia evitar dizer estas atoardas, porque das duas uma, ou levamos aquela parvoíce a brincar e é grave porque um órgão de Estado como um Presidente do Governo Regional não diz estas coisas em circunstância alguma, ou levamos Alberto João a sério e ainda é mais grave porque mostra o tipo de mentalidade que vai na sua cabeça. Ao contrário do que o Presidente do Governo Regional da Madeira pensa não é ele que vai apresentar "aquela gente", como ele lhe chama, ao Presidente da República, os Madeirenses é que se fazem representar por "aquela gente" seja junto do Presidente da República seja junto de qualquer outro órgão do Estado.
Ao ouvir estas coisas espera-se que Cavaco não amoleça como sempre se faz com Alberto João, há determinado tipo de coisas que passam todos os limites do racional, é verdade que os Madeirenses já lhe deram 40 vitórias eleitorais, mas o voto não pode ser um refúgio para dizer as maiores barbaridades, ainda para mais em relação a um parlamento regional, neste caso só se pode dizer que Cavaco vá além do silêncio, mas tal parece que infelizmente não vai acontecer.
Esta linguagem de "carroceiro" como o saudoso Eduardo Prado Coelho chamou uma vez ao estilo de Alberto João não o dignificam nada, ao fim de décadas de poder não precisa de dizer estas inutilidades para se fazer ouvir. Mas parece que mudar estilos e hábitos é ainda mais difícil que mudar ideias.

Berlusconi dispara para o poder

Cartoon, uma dica do Tempo das Cerejas
Itália tem sido especialista em coleccionar governos, e parece dedicar-se agora a coleccionar governos de Berlusconi que poderá ter a terceira vitória em eleições legislativas. Pelas primeiras sondagens conhecidas o partido de Berlusconi terá 42% dos votos e Veltroni, pela coligação de esquerda, deverá alcançar 40%.

domingo, 13 de abril de 2008

La Lys, 90 anos passaram

Passam agora 90 anos sobre a Batalha de La Lys, decisiva na participação Portuguesa no 1º Guerra. Não podia deixar passar esta data, ainda para mais quando já aqui escrevi, mais do que uma vez, acerca do o esquecimento histórico que tantas vezes acontece em relação a este período histórico.
Enquanto que andava na pesquisa destas imagens encontrei um
fantástico blog, feito por um neto de um soldado da primeira guerra e onde se publicam as cartas que o seu avô escreveu das trincheiras precisamente 90 anos antes. Praticamente todos os dias podemos descobrir uma carta deste antigo soldado britânico.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

O Intendente Esquecido

Lisboa vista de uma janela no Intendente, 1985, foto Luiz Carvalho

Um maralhal de agentes da ASAE, da PSP, do SEF e de não sei mais o quê invadiram ontem as ruas do Martim Moniz e do Intendente. Foram em busca daquilo que todos sabem que existe, as ruas e avenidas encaixadas entre as Avenidas Novas e o Rossio foram sendo condenadas às lojas dos trezentos a cada virar de esquina, aos cantos onde convivem putas, consumo e tráfico de droga, e que vão desafiando a resistência dos mais velhos que aqui vivem e sempre viveram e que daqui já não sairão. Mas quem é que ainda se lembra da recuperação do Intendente? Ninguém, as promessas de Santana Lopes esfarelaram-se no tempo, o projecto de recuperação de prédios, de dinamização do comércio, de toda a aquela parafernalia de iniciativas que faz parte de qualquer recuperação urbana parou à porta dos problemas do Intendente, e esses (os problemas) continuam lá. Quem vai hoje passear para o Intendente, qual o Lisboeta que por lá quer passar, que por lá quer viver? Poucos, ou nenhum, mas o Intendente não é um arredor ou bairro periférico da capital, não, o Intendente é no centro de Lisboa, bem no núcleo da cidade, e para muitos pouco mais serve do que para passar de carro, porque também pouco mais tem para mostrar. Nem a rusga de ontem fez que alguém se lembrasse das promessas do passado, sinal que continuarão na gaveta no futuro e uma parte de Lisboa continua a perder-se.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Tenham paciência mas há mudanças que são dispensáveis

Alguém se lembrou de ressuscitar o acordo ortográfico pondo aqueles que falam e lêem (perdão leem, pelo novo código) português a pôr e tirar centos, consoantes e hífens. Há quem diga que o acordo é óptimo (peço desculpa ótimo pelo novo iluminismo linguístico), acreditando que as mudanças são uma ruptura (ou como me querem pôr a escrever rutura) importante das regras linguísticas que supostamente criam “barreiras” entre os falantes da língua. Grande balela, é o que apetece dizer, primeiro porque é uma falsa homogeneização, as saudáveis diferenças entre o Português do Brasil, de Portugal, Angola, ou qualquer outro país dos PALOP, não se fazem evaporar por decreto. Se marcas culturais diferentes existem foi porque a história assim o fez, porque as culturas que se formaram em trono do português foram, são e serão diferentes, por isso falam, escrevem e ouvem português de forma diferente. A isto podem contrapor que é apenas uma forma de promover a divulgação e harmonização da língua, só que olhando para o mercado alguém acredita que isto criará algum impacto? Alguém acredita que isto gerará alguma mudança na expansão do português? É preciso ser muito crente neste acordo para acreditar que tal acontecerá.
Eu gosto de escrever português de Portugal, não um português abrasileirado que se parece querer criar, não é patriotismo ou proteccionismo exagerado. Gosto de escrever o Português da forma como sempre o escrevi, e sim o argumento pode ter uma dose de conservadorismo, também tenho direito a o ser numa coisa ou outra, e esta é uma delas! Gosto de escrever as consoantes mudas, gosto de palavras com hífens, gosto deste português e gosto de saber que o português é diferente de lugar para lugar, porque diferentes são os que o falam, e tenho a certeza que o vou continuar a escrever, até me convencerem verdadeiramente da utilidade deste acordo, um acordo em que todos os países que falam português o defendem e incitam, algo que não acontece.

A condenação que falta vir do PCP

O PCP votou hoje no Parlamento Europeu contra a sugestão de boicote aos Jogos Olímpicos de Pequim, foram dos poucos vinte e tal eurodeputados que o fizeram. Razão? Tomemos aquela que Odete Santos disse há minutos no frente a frente da SIC Notícias, que antes da invasão chinesa 95% dos Tibetanos eram pobres. Ou seja para o PCP a China foi um benefício, um género de uma bênção que caiu sobre a cabeça dos Tibetanos. Vamos admitir que a situação do Tibete antes da invasão chinesa era má, mesmo assim o argumento continua a ser péssimo, o meu modelo de comparação é sempre aquele em que existe democracia, direitos humanos, liberdade de manifestação, o nosso modelo de referência em comparações deve ser sempre o bom e não o menos mau. Ou seja seguindo a linha de pensamento do PCP, apesar de tudo, da repressão, de uma região que é isolada do resto do mundo, das tropas que entraram em doses industriais no Tibete no último mês, o facto é que no Tibete se vive muito melhor, já não há tanta miséria, portanto o resto é absolutamente indiferente. Os direitos humanos não são valores relativos que se aplicam consoante o alvo ou os afectados pelas críticas, e contra o facto da violação da liberdade no Tibete, poucos argumentos em defesa da China conseguem valer!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Jogos Olímpicos não são um festival de propaganda chinesa

Fotos que retirei da TIME, CNN, The Guardian e Le Figaro e que mostram os muitos protestos pelo Tibete à passagem da Tocha Olímpica (Paris, Londres, são Francisco). Como ouvia hoje de manhã esta é uma das raras oportunidades de incomodar a China pelas constantes violações dos direitos humanos.

Justiça destapa os disparates do Ministério da Pastilha

A Educação parece ter mesmo entrado no mediatismo, quer seja pelo entusiasmo que o tema gera ou pela falta de notícias dos últimos dias. E ontem recebemos mais uma notícia que parece ter passado ao lado, o Tribunal Constitucional considerou inconstitucional a norma do estatuto da carreira docente que excluía os professores sem horas lectivas (em grande parte motivos de doença, que infelizmente não podem alterar, como é óbvio!) de concorrer a professor titular. Tudo isto poderia passar desapercebido se Maria de Lurdes Rodrigues e o seu ministério não fossem especialistas a acumular pareceres judiciais que já questionaram muitas das suas decisões, para refrescar a memória lembramos 3 outros casos:

1- A meio do calor Veraneante de 2007, o Provedor de Justiça e segundo palavras do próprio, mostrou-se" perplexo" e "preocupado" com as regras do primeiro concurso de acesso a professor titular, salientando situações de "flagrante injustiça”, mais Nascimento Rodrigues acrescenta: "Não posso deixar de aferir situações que se me afiguram de flagrante injustiça no quadro legal do concurso, relativamente às quais entrevejo possibilidades de actuação que deixem intocadas as expectativas de todos os docentes opositores ao presente concurso"

2- Em 2006 perante o descalabro dos exames de química e física e biologia, o gabinete de Valter Lemos lembrou-se de mudar as regras de utilização destes exames aquando da candidatura à faculdade, criando assim situações extraordinariamente injustas entre alunos que tinham realizado exames em diferentes fases, enfim uma enorme trapalhada que não vale a pena recordar ao detalhe, mas que saltava aos olhos de toda a gente. Muitos foram os alunos que perante tudo isto recorreram para os tribunais e muitos foram os que ganharam obrigando o Ministério a repetir inúmeras provas aos alunos.

3- Ainda podemos relembrar o mais recente caso das aulas de substituição, em que basicamente o Ministério quer que os professores vão dar uma aula em vez de um colega seu, mas recebam em termos de vencimento como se não tratasse de uma verdadeira aula. Resultado, vários professores recorreram para os tribunais, vários perderam e muitos ganharam, obrigando o Ministério a entender o óbvio, que uma aula se paga como uma aula, não como um ATL para crianças.

São quatro casos, que incidem sobre políticas essências deste ministérios acerca das quais os responsáveis pela legislação viram os seus documentos classificados de ilegais ou injustos. E consequências que se tira de tudo isto? Aparentemente nenhumas como se fosse uma coisa perfeitamente normal que um provedor de justiça classifica-se de injusto um documento que é tido como uma política basilar.

Aparte disto não posso deixar de comentar o que vi hoje, e confesso eu nem sou muito moralista neste tipo de coisas, nem gosto de fazer este tipo de juízos de valor, mas eu nem queria acreditar quando hoje ao ver a reportagem sobre as negociações entre o Ministério da Educação e os sindicatos vejo uma Ministra entrar na sala e a sentar-se a mascar o que parecia uma pastilha elástica. Eu não acho que ninguém tenha que ser perfeito ou que temos sempre que dar o exemplo, nem tenho uma especial embirrância com a pessoa da Ministra da Educação, mas sim coma s suas políticas, mas Maria de Lurdes Rodrigues é ministra da educação, e da mesma forma que não podia dizer o que dizia sobre os professores porque só contribuía para lhes tirar a autoridade, não pode fazer estas figuras quando todos os dias os professores estão nas salas de aula a obrigar os alunos a deitar a pastilha fora à entrada. Isto não é uma questão meramente formal, e não se resumo a um mero artifício, há coisas que manifestamente se evitam! Fica pelo menos como metáfora, esta é uma política que já nem com pastilha se cola à razão!

domingo, 6 de abril de 2008

O partido à espera do Messias que nunca aparece

Soubemos este fim-de-semana que José Miguel Júdice apenas acredita que o PSD ganha as eleições se a seis meses das legislativas aparecer esse vulto que é o professor Marcelo, afastando o nortenho que está à frente do partido, para enfrentar Sócrates. Uma bela cereja para acabar a semana em que apareceu vindo do nada, António Borges, essa figura enigmática que dá a sua ferroada e desaparece, sobre o qual se tem uma vaga ideia que quer ser líder do PSD, mas também acerca do qual nunca se entendeu muito bem o que quer. Digamos que foi mais uma semana messiânica do PSD, em que os barões, duques e marqueses do partido anseiam por alguém que salte, não se sabe também muito bem de onde, e os venha salvar. No final dos anos 80 apareceu um Messias assim, não vinha montado em nenhum cavalo, mas num Citroën que tinha ido fazer a rodagem a um congresso e que voltou com um líder ao volante. Pois é, mas o Messias durou dez anos, mandou o partido às urtigas, tornou-se presidente da república, e popular diga-se! Resultado, desde a saída de Cavaco do PSD, o partido já teve o número redondo de 6 líderes, fez não sei quantos congressos e nos últimos 13 anos esteve 3 anos no governo (isto se contarmos com o epitáfio humorístico chamado Santana Lopes). No meio da barafunda chegou um homem do Norte para ocupar o seu cantinho na presidência do partido. Só que Menezes não vem do nevoeiro, teme-se contudo que a sua cabeça e dos que o rodeiam seja sim um enorme nevoeiro que afunde o PSD num ainda maior breu. Sócrates ri a ver estes delírios e que lhe vai deixando sem grande oposição à direita para se chatear, e nós esperamos que o PSD feche para obras porque da mesma forma que o PSD não arranja o seu Messias, o partido também não será nos tempos mais próximos o Messias do país.

A chama que já não é mais de união


Os anéis entrecruzados, como prova da união entre os continentes, a chama olímpica como símbolo supremo das olimpíadas pareciam esta tarde uma enorme miragem ao ver as imagens da tocha olímpica a atravessar Londres. Em trono da tocha um autêntico exército de polícias, por toda a cidade milhares de manifestantes, a indignação óbvia pela violência Chinesa no Tibete. Os Jogos Olímpicos de Pequim não extinguiram a chama olímpica, mas o seu significado sempre esteve extinto para uma China que conhece ainda tão mal os direitos humanos, quer seja e relação ao Tibete, aos presos políticos ou à liberdade de expressão.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Igreja, que ouvidos o Estado te deve dar?


É uma figura polémica, mal conhecida e mal divulgada para a importância que teve, Afonso Costa é aqui trazido por Bordalo Pinheiro como o esmaga Jesuítas, prova que a sua reforma do Estado “catolaico” do fim da Monarquia marcaram-no para sempre. Costa rompe a ligação do Estado com a Igreja, faz apenas aquilo que é óbvio e separa a Igreja do Estado, algo nada transcendente hoje em dia. Autoriza o divórcio, e isto em primórdios do século XX, torna o casamento uma acto puramente civil, no fundo tudo coisas que o país esquece que existiram para lá da cortina Salazarenta do século XX. Obviamente que houve exageros, que se geraram grandes tensões por todo o lado e é também claro que mais do que laicizar o país Afonso Costa queria torná-lo um país ateu, mas não deixou de fazer uma enorme reforma, essencial, continuando o trabalho do Marquês de Pombal (ídolo dos republicanos) e retirando parte do poder formal que ainda restava à Igreja após a revolução liberal.

Afonso Costa tratou de dar uma machadada importante no poder da Igreja dentro do Estado, mas muito se discursa ainda sobre a relação entre Estado e a Religião. Num artigo do El Pais publicado no Courrier Internacional do mês passado explica-se muito bem o porquê de se defender que Religião e Estado devem estar separadas. A Religião acredita ter a razão pura, logo a nível legislativo não há muito negociar com as Religiões que “ situam-se fora da possibilidade de crítica”, por motivos óbvios a flexibilidade é nenhuma. Para além do mais qualquer religião acredita que "o poder emana de Deus e não dos Homens”, no Estado o poder vem dos Homens, é legitimado pelos Homens e é dirigido a todos os Homens sejam eles crentes ou não. Por isso mesmo na mais recente questão do divórcio ouvir qualquer convicção religiosa, e em particular a da Igreja, é perfeitamente inútil, visto que pelas palavras de D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a Igreja "nunca aceitará o divórcio", seja ele litigioso, feito na conservatória ou na Internet em 5 minutos. Resta por isso ao Estado e à Igreja guardarem as suas relações no que toca à obra social ou ao diálogo harmonioso entre diversas convicções, no resto devem manter-se totalmente afastados. Mais é tão imoral o Estado intrometer-se nas questões teológicas da Igreja como a Igreja se intrometer no Estado, por isso quando o Presidente da Conferência Episcopal diz que existe «uma incrível exclusão da presença católica dos ambientes públicos e políticos», deve entender que o Estado faz leis para todos, católicos e não católicos, crentes, ateus ou agnósticos. É verdade que deve ouvir todos mas ouvir não significa, nem pode significar, que se façam leis ou decisões para agradar a nenhuma convicção religiosa, bem como não se devem tomar posições políticas como aquelas que a Igreja Espanhola tomou nas recentes eleições legislativas. Felizmente os Católicos não se escondem, muitos encontram-se em cargos relevantes e por isso também é difícil entender D. Jorge Ortiga quando afirma: «não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral».

Esta é uma discussão que não está morta, Sarkozy ainda há pouco tempo veio dizer uma frase estranha para um Presidente da laica França afirmando: “Um Homem que é crente é um homem que espera. E é do interesse da República que haja muitos homens e mulheres que esperam” (Courrier Internacional, Março 08). A verdade é que um Estado que pode juntar todos tem que ser marcadamente e fortemente laico e por isso não se pode esperar que no centro da Europa Sarkozy diga ainda “…uma moralidade laica corre o risco de se esgotar quando não está apoiada numa esperança que colmate a esperança do homem infinito” (Courrier Internacional, Março 08).

Coelho dedica-se à construção

A quadratura do círculo vai perder um dos filhos pródigos do PS, Jorge Coelho deixa-se dos comentários políticos, deixa de aturar Pacheco Pereira e Lobo Xavier e dedica-se à administração da Mota Engil. Com o TGV e o aeroporto à porta cheira-me que trabalhinho não irá faltar ao que já foi o bombeiro do PS. Apesar de especialista em apagar os fogos ateados por polémicas na era Guterrista, Coelho prova que ainda é o único capaz de pegar fogo às bases do PS, sempre que há um comício lá vai o camarada Coelhone para o púlpito gritar as suas frases, em congressos não há ninguém melhor do que ele! A verdade é que os dons de incendiário de massas ficaram sempre longe da mesa da quadratura onde Coelho era sempre bastante morno, no fundo um disco riscado de apoio a Sócrates, também não se podia esperar que fosse diferente, mas não deixava de destoar ao pé dos mimos que Lobo Xavier e sobretudo Pacheco Pereira gostam de disparar contra as “vibrantes” lideranças dos seus próprios partidos. Agora sai Coelho e directamente da Câmara vem novo comentador: António Costa.

O candidato Al Gore



A batalha entre Obama e Clinton está a tornar-se excessivamente feia, mas também excessivamente suicidária, e no meio da confusão há quem tenha levantado de novo o nome de Al Gore. Depois da luta pelo ambiente, do prémio Nobel da paz e de um hollywodesco Óscar poderia juntar-se à sua vida um regresso à Casa Branca, mas desta vez como Presidente. A candidatura de Al Gore poderia facilmente chegar apenas na altura da convenção e levar os votos da maioria dos delegados. É um género de D. Sebastião que pode resultar e na net não faltam vídeos a implorar por uma segunda candidatura que o ex-vice presidente continua a chamar de “duvidosa”, e que na realidade dificilmente acontecerá.