sábado, 3 de outubro de 2009

O 2º dia da insanidade

E os resultados estão escrutinados, os vencedores e os vencidos leitos e com tudo que pelo meio se meteu as eleições já parecem coisa de um passado mais distante. Isto porque entretanto Cavaco protagonizou o momento mais triste e ridículo de um qualquer Presidente desde o 25 de Abril. Algo era necessário dizer, mas Cavaco conseguiu fazer o discurso mais embrulhado que seria possível escrever, encontrando sucessivos escapes para fugir às verdadeiras questões, não esclarecendo nunca se sentiu ou se sente escutado por quem quer que seja. Mais Cavaco, o Presidente da República, pôs-se ao nível de José Junqueiro e de Vitalino Canas, duas personagens absolutas do PS cujas as declarações são sempre meias apatetadas, ainda para mais em período de Verão. Cavaco preferiu o discurso da desconfiança, dos medos, da intriga baixa, do Presidente que se sente perseguido por tudo e todos, desconhecendo que e-mails são facilmente violáveis, sem comentários! Num tom agressivo, pouco cortês, pouco acertado para um Presidente essencial num momento como o que aí vem, mostra-nos alguém assustado, ofendido com balelas politiqueiras e disperso entre os encontros Secretos dos seus assessores com jornalistas. De facto ser presidente é acima de tudo uma postura, discreta e capaz de gerar consensos sem espalhafato, sem discursos inflamados, numa retórica mal articulada em que muito ficou por dizer e muito pouco se esclareceu. Mas era difícil ser diferente, no fundo foi Cavaco igual a ele próprio!

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