Imaginar as histórias rocambolescas da política do Conde D´Abranhos de Eça ou pensar no mais recente episódio de Sócrates e sua família leva-nos a pensar que o país pode não ter mudado assim tanto nos no último século. Tudo está longe de se confirmar, e se de facto tal vier a verificar-se é o caso mais grave a envolver Sócrates, mais que a duvidosa licenciatura ou os mamarrachos que assinou durante os seus tempos na câmara, mas se tal vier a acontecer, faz-nos lembrar que ser amigo do cunhado, do irmão do tio de fulano ou sicrano continua a ser posto, poleiro de onde se pode pedir uns favores de ego inchado por ser qualquer coisa ao senhor ministro!
Como pouco mudou desde os romances queirosianos em que amigos e família se rodeavam do senhor ministro Abranhos em troca de um qualquer favor.
Sócrates ao fim deste terceiro caso será provavelmente ele próprio o melhor retrato de um certo país, longe da imagem de modernidade que lá tenta passar: a licenciatura que lhe calhou caída do céu, os projectos do mal ordenado Portugal do interior e agora o possível favorzinho ao tio.
O que vale é que Eça tinha sempre aquela palavra que assenta sempre como uma luva nestas ocasiões: choldra, de interesses, de favores, do pequeno conhecimento e contacto que sempre nos caracterizou.
O Caso Freeport pode dar em muito ou não dar em coisa nenhuma, mas pelo menos três grandes perguntas ainda estão a milhas de serem explicadas: 1: Qual a lógica de aprovar um projecto como o Freeport à porta de eleições? ; 2: Como é que Sócrates pode não se lembrar se a reunião foi ou não marcada a pedido do tio, era algo assim tão normal ou o então ministro desvalorizou um projecto desta dimensão?; 3: Que tipo de aprovação e em que condições esse mesmo aval foi dado ao projecto?
E tudo pode de facto nada ser e Sócrates sair sem qualquer culpa, que na realidade pode não ter tido em todo este caso, até lá a sua imagem vai-se desgastando, num ano em que ele próprio e o país nada têm a ganhar com isso.
Como pouco mudou desde os romances queirosianos em que amigos e família se rodeavam do senhor ministro Abranhos em troca de um qualquer favor.
Sócrates ao fim deste terceiro caso será provavelmente ele próprio o melhor retrato de um certo país, longe da imagem de modernidade que lá tenta passar: a licenciatura que lhe calhou caída do céu, os projectos do mal ordenado Portugal do interior e agora o possível favorzinho ao tio.
O que vale é que Eça tinha sempre aquela palavra que assenta sempre como uma luva nestas ocasiões: choldra, de interesses, de favores, do pequeno conhecimento e contacto que sempre nos caracterizou.
O Caso Freeport pode dar em muito ou não dar em coisa nenhuma, mas pelo menos três grandes perguntas ainda estão a milhas de serem explicadas: 1: Qual a lógica de aprovar um projecto como o Freeport à porta de eleições? ; 2: Como é que Sócrates pode não se lembrar se a reunião foi ou não marcada a pedido do tio, era algo assim tão normal ou o então ministro desvalorizou um projecto desta dimensão?; 3: Que tipo de aprovação e em que condições esse mesmo aval foi dado ao projecto?
E tudo pode de facto nada ser e Sócrates sair sem qualquer culpa, que na realidade pode não ter tido em todo este caso, até lá a sua imagem vai-se desgastando, num ano em que ele próprio e o país nada têm a ganhar com isso.
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