quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O mês dos ferozes que se tornaram doces

Começou o mês das entrevistas, das discussões infindáveis, dos cálculos, dos tacticismo e das arruadas, toda uma máquina movida a carne assada, bacalhau com natas e meninos de jotas que descobrem nas eleições o momento perfeito para darem aos bracinhos nos comícios do partido. Hoje tivemos o primeiro cheirinho, do menino de coro em que Sócrates se transformou, cheio de risos apetitosos para a jornalista que há uns meses, numa outra entrevista, bem ouviu a voz grave deste primeiro-ministro.
A entrevista correu-lhe bem, mas bem espremidinha fica a marca do que vai o Sócrates de Setembro de 2009. Definitivamente a ferocidade ficou pelo caminho e o objectivo chama-se: bipolarização. Comecemos então pela forma com o discurso melado de arrependimento e assumir de erros dedicado com muito amor e carinho a juízes, professores e funcionários públicos que agora convém embevecer. Se juntarmos este enorme pote de pessoas, a verdade é que todos conhecemos um professor, um juiz, ou um qualquer funcionário público que passará a mensagem contra Sócrates e é esta cadeia que é preciso quebrar para aguentar muitos votos à esquerda do PS.
Para o PS o cenário de votos partidos em múltiplos pedaços não se pode repetir, ou seja para o primeiro-ministro o discurso passa pelo sou eu ou ela. Sou eu o moderno, o avançado, o reformador, o keynesiano vibrante do papel do Estado contra ela, a antiquada, a conservadora, a direitista que odeia o Estado, a cavaco de sais.
Daqui a uns dias sabemos o resultado deste wrestling à portuguesa.

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