quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Brilhantes 30 minutos
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Sempre a coscuvilhice
A DGCI preocupa-se muito com as fugas de informação para a comunicação social e parece que todas a práticas se tornam assim justificáveis. Às vezes um pouco mais de decoro também faz falta!
Cavaco avisou. Sócrates não ligou
Tudo era evitável, de forma menos aparatosa, e se o PS não fizesse o seu bate pé em vésperas de eleições regionais nos Açores. Agora as eleições passaram, a lei ficará na gaveta, e parece-me que os Açores não sofrerão muito com esta perda!
À beira do fim
As últimas semanas de campanha têm criado mais ansiedade que surpresas, ansiedade por um resultado que só uma reviravolta inédita poderá modificar nesta altura do campeonato.
Os ventos finais de campanha sopram por Obama, e não custa entender porquê: a campanha arrasta-se há tantos meses que poucos cartuchos de última hora existem para disparar, o que faz com que pouco possa mudar num tão curto período de tempo em que mais nenhum debate haverá; Obama mantém-se sólido nas últimas semanas à frente de McCain, sobretudo depois do início da crise financeira que fez o candidato Republicano e a sua oca candidata à vice-presidência parecerem incapazes de fazer face ao período que se adivinha. Ouvir os discursos Republicanos entra agora no domínio do enfado total, sendo do início ao fim repletos de baixas frases de ataque em que o nome Obama é repetido vezes sem conta, recorrendo aquela técnica de associar o nome de OBama ao socialismo, o tal socialismo tão temido e receado pelo lado Republicano, no fundo estratégia em tempo de desespero quando nada mais há para dizer.
O Resultado da próxima semana, e se tudo se manter como até aqui, está dependente do rigor das sondagens. A vantagem entre 5 e 7 pontos de Obama permite antecipar a sua vitória com alguma segurança, mas existe sempre um factor que se torna altamente volátil em caso de candidatos negros. Ou seja, com medo de ser conectados com alguma tendência racista, teme-se sempre que muitos dos contactados nas sondagens acabem por não exprimir o sue real sentido de voto, acabando por enviesar sondagens que se tornam assim desfasadas em relação ao resultado final.
O resultado Americano define um momento verdadeiramente histórico que esperemos ajude a descongelar o estaticismo e falta de rumo ditados por uma crise instalada.
Semanas em que pouco mudou
sábado, 18 de outubro de 2008
Nada surpreendido
O filme apesar de tristemente divertido não surpreende, câmaras deveriam haver em muitas e muitas acções de formação de professores, ridicularias, puras ridicularias, patetadas, sem qualquer conteúdo, com a sempre lógica do brincar para aprender, alimentadas durante anos pelo Ministério. Se tal acontecesse muitos veriam como acções da mesma craveira de inutilidade da do Magalhães abundam por aí.
A semana da espera
Depois da aprovação do plano Paulson, da redução da taxa de juro na Europa e da aprovação de múltiplos planos de resgate ou injecção financeira, tudo em suspenso à espera de qual a reacção dos mercados a tanto de esforço para impedir a economia mundial de entrar em recessão e mantê-la à tona de água.
Viemos uma semana de mercados que ora um dia sobem ora um dia descem, deixando a indefinição a pairar, os medos de recessão nos Estados Unidos, aumentando o clima de desconfiança.
A crise que afunda bancos e torna os Estados heróis de salvação das donzelas financeiras do mercado tornou-se inesperadamente na melhor das amigas de Sócrates, que arranjou a razão perfeita para nela descarregar todos os seus erros.
Se a estagnação vier a culpa será de quem? Da crise internacional. Os erros de governação? Da crise internacional. A abertura da despesa que Sócrates poderia querer em ano eleitoral garantiu a desculpa para o fazer. Os funcionários públicos serão aumentados acima da inflação (prevista, diga-se, sendo que o Estado, que supostamente deveria ser fidedigno nas suas projecções mantém a eterna falta de pudor e de honestidade intelectual de não calcular a verdadeira inflação). O estranho é que para um défice igual, num orçamento em ano que enfrenta crise o governo aumenta mais os salários da função pública, curioso, ou melhor oportunismo de onda de maratona eleitoral.
Sócrates passou a ser aos seus próprios olhos a garantia de levar o país entre os mercados em mutação, o discurso de dramatização pode mesmo dar uma relevante vitória eleitoral ao PS. E Ferreira Leite já o entendeu, pois surpreendentemente, até tem ideias sobre o orçamento, confesso o meu espasmo
domingo, 12 de outubro de 2008
Tradições que pesam e dogmas que ficam
Aqueles que durante a última semana saltaram como opositores à mudança da lei avançaram sempre com o argumento que a família é a base e célula da sociedade. Resta saber o que isto ajuda a explicar o que quer que seja, admitindo que a família é de facto um elemento basilar, tal por si não mostra qualquer impedimento ao casamento gay. Este argumento resume-se a considerar que a tradição histórica do casamento explica tudo, colocando-o como uma entidade que gelou no tempo, estatizou e não se alterou nem se alterará, como um ente imutável perante a evolução de pensamentos e valores. Na verdade o casamento nunca foi insensível aos progressos históricos, mesmo que o queiram pintar como tal. O significado de um casamento na Idade Média de certo não é o mesmo que no Século XXI, e a simples regulamentação do divórcio é a prova que o casamento não é visto com os mesmos olhos consoante a alteração de momento histórico e a nova formulação valorativa de uma sociedade. As tradições ou o hábito histórico não fazem mais sentido quando a realidade se alterou ou novas realidade são reconhecidas, por isso, não faz mais sentido que o Estado não reconheça a união de duas pessoas sejam elas ou não de sexos diferentes. Nem ninguém sinceramente prevê que tal possa gerar qualquer tipo de hecatombe na sociedade, basta olhar para o exemplo espanhol.
Como também não adianta usar o argumento que o casamento tem como fim a procriação, quem usa este argumento, muitas vezes a mesma direita que se queixa do sufoco do Estado, usa, isso sim, uma imposição intolerável de um qualquer Estado sobre um casal. Segundo uns, o casamento é um contrato em que se entende que o Estado dele espera a “natural” procriação e criação de descendentes. Ainda penso que a cada a cada casal deve ser dada a liberdade e discernimento suficiente para tal decidir: se deseja ou não ter filhos. Obviamente que acarreta consequências para uma Europa envelhecida mas é o preço justo para uma Europa que julgo ainda quererá garantir esta liberdade.
O que se revelou esta semana, definitivamente, passa sobretudo pela concepção de casamento de cada um, e provou-se que concepções díspares ainda abundam. A daqueles que o olham mais como um contrato acima de tudo resto, na sua visão conservadora e inalterável, em oposto à visão que acredita no casamento como o reconhecimento do Estado de uma união entre duas pessoas, sejam elas quem sejam.
Esperemos que a nossa habitual falta de tacto para lidar com estas questões não nos faça, como na questão do aborto, arrastar o assunto por mais umas quantas décadas.
A felicidade é muito relativa
Alguém sabe onde eles andam?
No meio de tudo começam as saudades de ver e ouvir algumas figuras que nos últimos tempos parecem ter desaparecido.
O comendador Berardo, que até há bem pouco tempo tinha descoberto o fascínio pela televisão, parece que o perdeu, o nosso investidor de estimação que adorava especular na bolsa,não mais apareceu para falar sobre a crise que de certeza já o fez perder muitos milhões,
Depois adorávamos também saber o que Belmiro de Azevedo tem a dizer sobre o facto da SONAE SGPS ter perdido 75% do seu valor em bolsa desde o início do ano. Ou ainda que terá o “Compromisso Portugal” a afirmar acerca das últimas semanas, para alguém que via sempre o Estado como esse eterno apêndice.
Em tempos os rankings foram famosos
terça-feira, 7 de outubro de 2008
À procura da culpa
Hoje na reunião do ECOFIN, a União Europeia propôs a responsabilização dos gestores pela actual situação do mercado financeiro mundial, mas culpas e responsabilidades há-as bastante para distribuir. Culpa das administrações destas empresas, sem qualquer dúvida, fazendo-se arrastar numa espiral em quem que agora por muitos milhares de milhões que se injectem no sistema e se prometam nada parece suficiente para fazer os mercados recuperar ou reganharem a confiança e evitar dias negros como o de hoje. Culpa dos reguladores e daqueles que deveriam rever as contas destas instituições e que passivamente foram aceitando indefinidamente uma suposta normalidade que não existia e que se tornou incontrolável.
E depois aqueles que vivem nesta enorme bolha de crédito sem fim, as pessoas que se endividaram sem fim, com taxas de poupança irrisórias. Serão estas pessoas culpadas? Será impossível, ou quanto muito difícil culpar milhares de famílias que agora se vêem obrigadas a deixar casas para trás, provavelmente serão as menos culpadas, viviam naquilo que as instituições financeiras as fizeram acreditar, num mundo sem fim de financiamento que fez cair o mercado na irrealidade. Agora sobram milhares de hipotecas impagáveis, muitas delas superiores ao real valor das habitações num mercado que demora a recuperar depois de tantos erros.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
O senhor que se segue?
domingo, 5 de outubro de 2008
E a discípula de Cavaco espanta-nos com o faz e diz
É sempre bom saber que Cavaco se espanta nos seus roteiros
Depois do momento em alusão ao “dia da raça” mais um momento trágico-cómico da presidência de Cavaco, Via Arrastao ou Instante Fatal
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Mudanças e arranjos no modelo
Olhando para a crise que e para quem se abrem oportunidades? Os neo-cons, com o seu embrião americano, desesperam e correm à procura de novas razões que lhes possam salvar a face para tempos que correm tudo menos a seu favor. Para os liberais, o capitalismo não morreu e nunca morrerá e no fundo estamos perante esse momento natural de refresh do sistema. Mas então apetece perguntar se o mercado é assim tão intocável, sagrado e responsável para quê gritar pela salvação de bancos por parte do Estado? Supostamente para nada, mas a verdade é que muitos sabem que o Estado é a bóia de salvação para muitos, enquanto outros optam pela versão que o Estado devia continuar imóvel perante o momento deixando a “selecção natural” capitalista fazer o seu trabalho, passivamente. Mas o que parece tão natural teoricamente tem custos sociais e económicos que quem apresenta esta teoria talvez se esqueça de contabilizar. Mesmo partindo do pressuposto que os fundos particulares destas instituições bancárias ficariam salvaguardados, resta saber que seria feito destes empregos, ou que consequências em escada teria no resto da economia interdependente.
Podemos por isso olhar para esta crise com uma janela para uma esquerda, ou para partidos de esquerda que se queiram afirmar como isso mesmo “de esquerda”? Os liberais têm defendido com unhas e dentes o seu capitalismo afirmando que foi o modelo que mais prosperidade económica gerou desde sempre. E admitamos que de facto modelos de estatização gelada ao jeito soviético é tudo o que menos desejamos, mas também sejamos capazes de admitir que “a prosperidade” capitalista não eliminou as franjas de pobreza no ocidente, e se formos menos “egocêntricos” olhemos para uma outra parte do mundo: pobre, desprotegida e que em muitos casos pouco progresso alcançou. Para a esquerda não faz sentido defender modelos de economia de direcção central, os resultados históricos de tal são tudo menos recomendáveis. Por isso qual é o modelo? Chávez? Não, nem pode, seria perder qualquer momento de afirmação de uma concepção económica diferente do capitalismo, defendendo um modelo que mostra brechas democráticas por todos os cantos. Sabemos que queremos um mercado mais regulado por um lado, sabemos por outro que a Estatização pura não faz sentido defender, e pelo meio os ditos partidos “sociais democratas” europeus não dão sinais de vida, com um Labour com muito pouca esquerda na última década, ou com um SPD Alemão mais que colado à CDU de Merkel.
A crise de hoje é muito mais que um desafio para o próprio capitalismo, é uma oportunidade e o desafio para quem acredita, como eu, num modelo diferente, considerar quais as alternativas de futuro.
Já nem nos lembramos que houve um tempo que ele não existiu
O Google começou há dez anos com o trabalho de dois lunáticos informáticos, cujo a loucura os fez alcançar uma fortuna de milhões e deter uma das mais vigorosas empresas americanas, considerada como a emporesa“ideal” para trabalhar. O Google tornou-se em dez anos a homepage de milhões de utilizadores da net, e foi a rampa de lançamento para a que era a difícil e chata missão de procurar o que quer que fosse na ainda jurássica rede.
Em dez anos o Google passou do nada ao tudo, de uma formiga na internet para a empresa que deixou a Microsoft para trás incapaz de competir com o novo motor de busca e com tudo o que a marca Google hoje em dia arrasta, desde o youtube, ao Google Earth ao Gmail, Google é muito mais do que há dez anos alguém poderia imaginar. Mas para nos lembrar-mos que houve tempos em que “googlar” não era assim tão banal fica aqui o link para o que era o Google em 2001, o saudosismo da empresa americana na década do sucesso.