10 dias de ausência tornaram o blog, infelizmente, e a meu próprio contragosto fiel ao seu nome, uma verdadeira Terra de Ninguém que volto agora a ocupar. Os 10 dias de ausência pouco, ou mesmo nada trouxeram de novo, depois da surpresa inicial, do espanto, do choque ou da sensação de queda no abismo dos primeiros dias, a crise instalou-se com toda a naturalidade, quedas nas bolsas parecem que se tornaram banais, regastes estatais ou garantias suportadas pelo estado são agora corriqueiras, também para a banca portuguesa. Flutua no ar a sensação que nada mais nos resta do que esperar, esperar que a crise passe, que a solução seja encontrada. Portugal crescerá pouco, no optimismo de Sócrates, ou mesmo nada como muitos outros antevêem. Estamos perante a inevitabilidade, a inevitabilidade da crise que se poderá curar, mas que demorará a passar. Que a resignação, ou melhor que o conformismo pela crise que sabemos que já não poderemos evitar, não deixe para trás os discursos daqueles primeiros dias de crise em que falávamos todos dos erros cometidos, do modelo que não havia funcionado, do mercado que tinha sido deixado à sua maré incontrolável. Que algumas lições fiquem, e espero que as saibamos tirar enquanto que em suspenso esperamos que a crise passe.
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