Muito para além dos números arrepiantes ou dos discursos catastróficos dos últimos, renasce (se alguma vez esteve morta) a discussão que nunca se apagará, que modelo queremos? Pergunta dita a e redita, discutida e escrita vezes sem conta e a cada cataclismo que passa faz nos repensar e questionar infinitamente “o modelo”, o molde social económico em que nos encostámos.
Olhando para a crise que e para quem se abrem oportunidades? Os neo-cons, com o seu embrião americano, desesperam e correm à procura de novas razões que lhes possam salvar a face para tempos que correm tudo menos a seu favor. Para os liberais, o capitalismo não morreu e nunca morrerá e no fundo estamos perante esse momento natural de refresh do sistema. Mas então apetece perguntar se o mercado é assim tão intocável, sagrado e responsável para quê gritar pela salvação de bancos por parte do Estado? Supostamente para nada, mas a verdade é que muitos sabem que o Estado é a bóia de salvação para muitos, enquanto outros optam pela versão que o Estado devia continuar imóvel perante o momento deixando a “selecção natural” capitalista fazer o seu trabalho, passivamente. Mas o que parece tão natural teoricamente tem custos sociais e económicos que quem apresenta esta teoria talvez se esqueça de contabilizar. Mesmo partindo do pressuposto que os fundos particulares destas instituições bancárias ficariam salvaguardados, resta saber que seria feito destes empregos, ou que consequências em escada teria no resto da economia interdependente.
Podemos por isso olhar para esta crise com uma janela para uma esquerda, ou para partidos de esquerda que se queiram afirmar como isso mesmo “de esquerda”? Os liberais têm defendido com unhas e dentes o seu capitalismo afirmando que foi o modelo que mais prosperidade económica gerou desde sempre. E admitamos que de facto modelos de estatização gelada ao jeito soviético é tudo o que menos desejamos, mas também sejamos capazes de admitir que “a prosperidade” capitalista não eliminou as franjas de pobreza no ocidente, e se formos menos “egocêntricos” olhemos para uma outra parte do mundo: pobre, desprotegida e que em muitos casos pouco progresso alcançou. Para a esquerda não faz sentido defender modelos de economia de direcção central, os resultados históricos de tal são tudo menos recomendáveis. Por isso qual é o modelo? Chávez? Não, nem pode, seria perder qualquer momento de afirmação de uma concepção económica diferente do capitalismo, defendendo um modelo que mostra brechas democráticas por todos os cantos. Sabemos que queremos um mercado mais regulado por um lado, sabemos por outro que a Estatização pura não faz sentido defender, e pelo meio os ditos partidos “sociais democratas” europeus não dão sinais de vida, com um Labour com muito pouca esquerda na última década, ou com um SPD Alemão mais que colado à CDU de Merkel.
A crise de hoje é muito mais que um desafio para o próprio capitalismo, é uma oportunidade e o desafio para quem acredita, como eu, num modelo diferente, considerar quais as alternativas de futuro.
Olhando para a crise que e para quem se abrem oportunidades? Os neo-cons, com o seu embrião americano, desesperam e correm à procura de novas razões que lhes possam salvar a face para tempos que correm tudo menos a seu favor. Para os liberais, o capitalismo não morreu e nunca morrerá e no fundo estamos perante esse momento natural de refresh do sistema. Mas então apetece perguntar se o mercado é assim tão intocável, sagrado e responsável para quê gritar pela salvação de bancos por parte do Estado? Supostamente para nada, mas a verdade é que muitos sabem que o Estado é a bóia de salvação para muitos, enquanto outros optam pela versão que o Estado devia continuar imóvel perante o momento deixando a “selecção natural” capitalista fazer o seu trabalho, passivamente. Mas o que parece tão natural teoricamente tem custos sociais e económicos que quem apresenta esta teoria talvez se esqueça de contabilizar. Mesmo partindo do pressuposto que os fundos particulares destas instituições bancárias ficariam salvaguardados, resta saber que seria feito destes empregos, ou que consequências em escada teria no resto da economia interdependente.
Podemos por isso olhar para esta crise com uma janela para uma esquerda, ou para partidos de esquerda que se queiram afirmar como isso mesmo “de esquerda”? Os liberais têm defendido com unhas e dentes o seu capitalismo afirmando que foi o modelo que mais prosperidade económica gerou desde sempre. E admitamos que de facto modelos de estatização gelada ao jeito soviético é tudo o que menos desejamos, mas também sejamos capazes de admitir que “a prosperidade” capitalista não eliminou as franjas de pobreza no ocidente, e se formos menos “egocêntricos” olhemos para uma outra parte do mundo: pobre, desprotegida e que em muitos casos pouco progresso alcançou. Para a esquerda não faz sentido defender modelos de economia de direcção central, os resultados históricos de tal são tudo menos recomendáveis. Por isso qual é o modelo? Chávez? Não, nem pode, seria perder qualquer momento de afirmação de uma concepção económica diferente do capitalismo, defendendo um modelo que mostra brechas democráticas por todos os cantos. Sabemos que queremos um mercado mais regulado por um lado, sabemos por outro que a Estatização pura não faz sentido defender, e pelo meio os ditos partidos “sociais democratas” europeus não dão sinais de vida, com um Labour com muito pouca esquerda na última década, ou com um SPD Alemão mais que colado à CDU de Merkel.
A crise de hoje é muito mais que um desafio para o próprio capitalismo, é uma oportunidade e o desafio para quem acredita, como eu, num modelo diferente, considerar quais as alternativas de futuro.
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