Há umas horas cometi a loucura de me ir meter num centro comercial em pleno domingo antes do natal, mergulhando numa estúpida confusão. Pensava eu, e pelos vistos não pensava muito bem, ao fim de tantos dias a correr de um lado para o outro entre lojas, supermercados e centros comercias que grande parte das pessoas quereriam passar o Natal sossegadas, longe das multidões e dos acotovelamentos colectivas. Para minha grande surpresa nem todos pensam assim, vim hoje a descobrir que a área de cinemas e restauração dos nossos tão amados centros comercias abrem na tarde dia de Natal. Que haja pessoas que gostem de ver filmes no dia 25 de Dezembro, confesso que me é absolutamente indiferente e eu próprio gosto de o fazer. Mas confesso que não entendo como é que alguém se consegue ir meter num sítio como um centro comercial em pleno dia de natal, mas o grave está em que para estar uma parte do centro comercial aberto, estão lá empregados a trabalhar, empregados que assim passarão o dia de Natal tudo menos em família. Basta ver o exemplo dos trabalhadores dos cinemas, se houverem sessões a começar entre as 15:00 e as 16:00, significa que estes trabalhadores já terão que estar no seu posto de trabalho pouco depois da hora do almoço. Não será difícil imaginar que muitos destes trabalhadores vivem longe do local onde trabalham, logo para muitos deles o quadro pitoresco do almoço de Natal em família simplesmente não existirá. Isto sim, podemos chamar a proletarização dos novos tempos, e tudo isto não nos deixa de fazer lembrar a revolta do patronato português quando o ordenado mínimo subiu para a tal fortuna de: 426€. Não me considero um conservador, ou um daqueles radicais que acha que o Natal é um tempo pseudo sagrado de união da família, admito até que haja muita gente que não ligue nenhuma esta época, e por vezes com razão, mas num país em que grande parte da população, acredito, festeje o Natal penso que não deduzirei mal se disser que muitos se sentirão mal por passar o Natal a trabalhar. Se há serviços como polícias, bombeiros, INEM ou aeroportos que de facto têm que trabalhar no dia de Natal não entendo qual a urgência de alguns em, neste dia, ir habitar as catedrais de consumo
1 comentário:
Tens toda a razão.
Gostei deste comentário aos centros comerciais.
Estamos perante uma demonstração do desrespeito total pelos Direitos Humanos, associado ao consumismo mais desenfreado.
Se a tudo isto, associarmos o consumo de energia destas catedrais (electricidade, aquecimento, ares condicionados, sistemas de refrigeração, etc.), aos resíduos produzido, ao consumo de água, aos gases produzidos pelos automóveis que se deslocam de propósito a estes locais, aos efluentes produzidos etc. etc. ……É fácil de vermos o que ganhamos com tudo isto….ou melhor quem ganha….????.
Talvez aquele senhor que por acaso é do Marco de Canaveses, e que é apenas, o homem mais rico de Portugal.
Abraço
António Freitas
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