quarta-feira, 30 de abril de 2008
O mundo habituado a estar dividido em dois
34 de evolução anti-natura do PSD
A gangrena de votos que Sócrates quer parar
E uma das formas de recuperar votos seria lembrar Sócrates de algumas promessas da campanha de 2005, entre as quais a de revogar o Código de Trabalho de Bagão Félix, um promenor que ficou esquecido no tempo. As propostas em relação aos recibos verdes podem ser um avanço, mas não dão garantias que a geração dos mileuristas tenha uma perspectiva alargada de futuro. Aqui bem podia ser o Estado a começar a dar o exemplo e deixar de subcontratar as aulas de inglês do primeiro ciclo a essas chamadas de empresas de trabalho temporário que foram enchendo as escolas dos seus professores de inglês a quem pagam aos níveis da falta de vergonha que têm. Mas sobretudo ainda não se percebeu o que é essa coisa do despedimento por inaptidão, ou melhor já se percebeu, é o condimento perfeito para varrer das empresas os trabalhadores na casa dos 50 anos, caros e indesejáveis e a quem facilmente se vai colocar um rótulo de “inaptidão tecnológica”, os dispensáveis portanto, que sem pudor serão fáceis de despedir.
Duas democracias pungentes
sexta-feira, 25 de abril de 2008
Cavaco a colher os frutos do seu passado
Todo este discurso soa a pouco, e quando Cavaco diz que as comemorações do 25 de Abril não são monopolizáveis por nenhum grupo político, de facto não são, como o Cravo não é, ou pelo menos não pode nem deve ser. O cravo não tem que ser de esquerda ou de direita, é o símbolo daquele dia, mas esse, o cravo, continuou a não estar à lapela de Cavaco hoje, como não esteve o ano passado, como não esteve há dois anos. Porque o Cravo não é de ninguém, é de todos, é dos de esquerda, dos de centro, dos de direita, e daqueles que não querem ser coisa nenhuma.
quinta-feira, 24 de abril de 2008
O regresso do menino guerreiro. Uma vítima…dele próprio
O mais delirante é que Jardim podia ter sido o candidato desta dita ala mais “basista” (este vocabulário partidário é uma riqueza!) do PSD e até parecia que era desta que Jardim se dedicava à política dos cubanos continentais, mas Santana passou-lhe a perna e Jardim disse hoje aquilo que o Menino Guerreiro irá cometer: “suicídio”. No fundo a candidatura de Jardim era coerente com o momento do PSD, que se parece nestes dias muito com o arraial do Chão da Lagoa com que Jardim nos brinda no pico Verão. Pode ser que no meio disto tudo alguém se lembre de emitir uma ideia sobre o que quer que seja!
E não saímos disto
terça-feira, 22 de abril de 2008
Entre cidades e entre fotos
Arte é isso, é gostar de algo, subjectivamente gostar de ver, sem que nenhuma palavra seja suficiente para materializar esse gosto. Bem sei que o Luiz Carvalho não gosta que se chame ao fotojornalismo ou ao seu trabalho de arte, chamemos lhe então a arte do sentido do momento, do sentido de entender e de conseguir captar aquele segundo, daquela forma, naquele local, com aquelas pessoas, a arte de entender qual será o instante ideal, qual será o instante fatal.
Um belo final de tarde que este foi, ideal para ainda ter tempo de andar por Lisboa e aproveitar estes primeiros rasgos de luz primaveris de final do dia que vão enchendo a cidade.
Dia da Terra
“Vista dos confins do espaço, a Terra não é maior do que um grão de poeira. Lembra –te disso da próxima vez que escreveres a palavra “humanidade” “. Paul Auster em Viagens no Scriptorium. Esta frase resume bem como vivendo na Terra, e querendo viver bem aqui, convém lembrar o quão frágil e pequenino tudo isto é.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Diário da crise
Ventos de crise não faltaram hoje, de todo o lado as notícias foram tudo menos entusiasmantes:
1. Banco de Inglaterra anunciou que vai atribuir singelos 60 mil milhões de euros, o objectivo é refinanciar a banca que tem perdido e muito com a crise do mercado imobiliário. O plano passa pela troca de hipotecas imobiliárias dos bancos por obrigações do Estado. É sempre fascinante ver como nestes momentos o discurso do santo mercado se evapora e o Estado mostra que não é um mero apêndice da economia.
2. A Banca Mundial admitiu que em 2007 só devido à crise do mercado hipotecário perdeu 288 milhões de euros
3. FMI reviu em baixo todas as perspectivas de crescimento económico tanto para os EUA como para a Europa
4. Hoje ligando a televisão na CNN a notícia de abertura tinha como título “Crise Alimentar Mundial”, de facto nos últimos dias todos os bens essenciais, em especial os cereais e arroz têm batido preços record que prometem afundar ainda mais na pobreza aquele que estão à tona de água da sobrevivência
5. O petróleo atingiu hoje novo máximo a terminar a sessão nos 117,60 dólares, sendo que o nosso sempre amado presidente Iraniano Ahmadinejad aproveitou o fim-de-semana para informar que considera que o preço do barril do petróleo ainda está excessivamente baixo.
Uma segunda-feira cheia noticias optimistas para começar a semana!
Entre Cidades de Luiz Carvalho
Oxygene de Jean Michel Jarre
Fica aqui este vídeo da música Jean Michel Jarre que dia 25 visita pela primeira vez Lisboa
A cavaquista que aí vem
Com Ferreira Leite como Presidente dos laranjas não é muito díficil adivinhar qual será o grande debate paras eleições de 2009: défice. Sócrates a apontar o dedo a Ferreira Leite pelo défice que ele messiânicamente andou a tratar e ela, Ferreira Leite, a apontar o dedo a ele, Sócrates, de como se chegou ao tal valor de 6% de défice em 2005. Ferreira leite pode tocar noutros pontos, mas quando chegarmos à campanha, vai ser isto a discussão. A Ferreira Leite falta apresentar o mais interessante: onde se vai pôr o PSD? Com um PS bem acantonado ao centro e a piscar o olho ao eleitorado do PSD, em algum canto o partido terá que ser pôr.
Cavaco soube a pouco na Madeira
sexta-feira, 18 de abril de 2008
O tipo de discurso com que Menezes está
A factura que pesa cada vez mais
O debate não terminou
Há poucos foguetes para lançar, a crise acabou por ser apaziguada por Ministério e sindicatos, mas por baixo do apaziguamento continua tudo para discutir, a Manifestação do início de Março não foi só e apenas uma manifestação contra este modelo de avaliação, foi contra toda uma política de educação que não se alterou um único milímetro. Já aqui escrevi várias vezes o que tanto me separa desta concepção de escola que vai nas cabeças ministeriais. O tom político pode ter sido suavizado, mas as ideias erradas continuam lá, e os maus resultados que elas geram também não se apagarão. Ao contrário do que se possa julgar, está tudo por discutir!
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Um partido em estado de histeria
Muito se pode dizer de mais este episódio do partido que faz quase um congresso por ano, mas sobretudo o que percebemos é que o mal do PSD é que não existe um PSD, existem vários PSD´s compostos pelos Barrosistas, Menesistas, Santanistas e muitos outros -istas que se matam uns aos outros e que apenas se unem quando toca a companhia do poder e é necessário defender o barco.
Afinal a bomba que era necessária para tirar Menezes do poder não precisava de ser muito potente, Ângelo Correia deu o mote há uns dias para a debandada e hoje Menezes debandou também, resta saber se ao contrário do que diz ainda regressará para as directas.
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Porque é que Jardim faz estas tristes cenas?
Ao ouvir estas coisas espera-se que Cavaco não amoleça como sempre se faz com Alberto João, há determinado tipo de coisas que passam todos os limites do racional, é verdade que os Madeirenses já lhe deram 40 vitórias eleitorais, mas o voto não pode ser um refúgio para dizer as maiores barbaridades, ainda para mais em relação a um parlamento regional, neste caso só se pode dizer que Cavaco vá além do silêncio, mas tal parece que infelizmente não vai acontecer.
Esta linguagem de "carroceiro" como o saudoso Eduardo Prado Coelho chamou uma vez ao estilo de Alberto João não o dignificam nada, ao fim de décadas de poder não precisa de dizer estas inutilidades para se fazer ouvir. Mas parece que mudar estilos e hábitos é ainda mais difícil que mudar ideias.
Berlusconi dispara para o poder
domingo, 13 de abril de 2008
La Lys, 90 anos passaram
Passam agora 90 anos sobre a Batalha de La Lys, decisiva na participação Portuguesa no 1º Guerra. Não podia deixar passar esta data, ainda para mais quando já aqui escrevi, mais do que uma vez, acerca do o esquecimento histórico que tantas vezes acontece em relação a este período histórico.
Enquanto que andava na pesquisa destas imagens encontrei um fantástico blog, feito por um neto de um soldado da primeira guerra e onde se publicam as cartas que o seu avô escreveu das trincheiras precisamente 90 anos antes. Praticamente todos os dias podemos descobrir uma carta deste antigo soldado britânico.
sexta-feira, 11 de abril de 2008
O Intendente Esquecido
Um maralhal de agentes da ASAE, da PSP, do SEF e de não sei mais o quê invadiram ontem as ruas do Martim Moniz e do Intendente. Foram em busca daquilo que todos sabem que existe, as ruas e avenidas encaixadas entre as Avenidas Novas e o Rossio foram sendo condenadas às lojas dos trezentos a cada virar de esquina, aos cantos onde convivem putas, consumo e tráfico de droga, e que vão desafiando a resistência dos mais velhos que aqui vivem e sempre viveram e que daqui já não sairão. Mas quem é que ainda se lembra da recuperação do Intendente? Ninguém, as promessas de Santana Lopes esfarelaram-se no tempo, o projecto de recuperação de prédios, de dinamização do comércio, de toda a aquela parafernalia de iniciativas que faz parte de qualquer recuperação urbana parou à porta dos problemas do Intendente, e esses (os problemas) continuam lá. Quem vai hoje passear para o Intendente, qual o Lisboeta que por lá quer passar, que por lá quer viver? Poucos, ou nenhum, mas o Intendente não é um arredor ou bairro periférico da capital, não, o Intendente é no centro de Lisboa, bem no núcleo da cidade, e para muitos pouco mais serve do que para passar de carro, porque também pouco mais tem para mostrar. Nem a rusga de ontem fez que alguém se lembrasse das promessas do passado, sinal que continuarão na gaveta no futuro e uma parte de Lisboa continua a perder-se.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Tenham paciência mas há mudanças que são dispensáveis
Eu gosto de escrever português de Portugal, não um português abrasileirado que se parece querer criar, não é patriotismo ou proteccionismo exagerado. Gosto de escrever o Português da forma como sempre o escrevi, e sim o argumento pode ter uma dose de conservadorismo, também tenho direito a o ser numa coisa ou outra, e esta é uma delas! Gosto de escrever as consoantes mudas, gosto de palavras com hífens, gosto deste português e gosto de saber que o português é diferente de lugar para lugar, porque diferentes são os que o falam, e tenho a certeza que o vou continuar a escrever, até me convencerem verdadeiramente da utilidade deste acordo, um acordo em que todos os países que falam português o defendem e incitam, algo que não acontece.
A condenação que falta vir do PCP
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Jogos Olímpicos não são um festival de propaganda chinesa
Justiça destapa os disparates do Ministério da Pastilha
1- A meio do calor Veraneante de 2007, o Provedor de Justiça e segundo palavras do próprio, mostrou-se" perplexo" e "preocupado" com as regras do primeiro concurso de acesso a professor titular, salientando situações de "flagrante injustiça”, mais Nascimento Rodrigues acrescenta: "Não posso deixar de aferir situações que se me afiguram de flagrante injustiça no quadro legal do concurso, relativamente às quais entrevejo possibilidades de actuação que deixem intocadas as expectativas de todos os docentes opositores ao presente concurso"
2- Em 2006 perante o descalabro dos exames de química e física e biologia, o gabinete de Valter Lemos lembrou-se de mudar as regras de utilização destes exames aquando da candidatura à faculdade, criando assim situações extraordinariamente injustas entre alunos que tinham realizado exames em diferentes fases, enfim uma enorme trapalhada que não vale a pena recordar ao detalhe, mas que saltava aos olhos de toda a gente. Muitos foram os alunos que perante tudo isto recorreram para os tribunais e muitos foram os que ganharam obrigando o Ministério a repetir inúmeras provas aos alunos.
3- Ainda podemos relembrar o mais recente caso das aulas de substituição, em que basicamente o Ministério quer que os professores vão dar uma aula em vez de um colega seu, mas recebam em termos de vencimento como se não tratasse de uma verdadeira aula. Resultado, vários professores recorreram para os tribunais, vários perderam e muitos ganharam, obrigando o Ministério a entender o óbvio, que uma aula se paga como uma aula, não como um ATL para crianças.
São quatro casos, que incidem sobre políticas essências deste ministérios acerca das quais os responsáveis pela legislação viram os seus documentos classificados de ilegais ou injustos. E consequências que se tira de tudo isto? Aparentemente nenhumas como se fosse uma coisa perfeitamente normal que um provedor de justiça classifica-se de injusto um documento que é tido como uma política basilar.
Aparte disto não posso deixar de comentar o que vi hoje, e confesso eu nem sou muito moralista neste tipo de coisas, nem gosto de fazer este tipo de juízos de valor, mas eu nem queria acreditar quando hoje ao ver a reportagem sobre as negociações entre o Ministério da Educação e os sindicatos vejo uma Ministra entrar na sala e a sentar-se a mascar o que parecia uma pastilha elástica. Eu não acho que ninguém tenha que ser perfeito ou que temos sempre que dar o exemplo, nem tenho uma especial embirrância com a pessoa da Ministra da Educação, mas sim coma s suas políticas, mas Maria de Lurdes Rodrigues é ministra da educação, e da mesma forma que não podia dizer o que dizia sobre os professores porque só contribuía para lhes tirar a autoridade, não pode fazer estas figuras quando todos os dias os professores estão nas salas de aula a obrigar os alunos a deitar a pastilha fora à entrada. Isto não é uma questão meramente formal, e não se resumo a um mero artifício, há coisas que manifestamente se evitam! Fica pelo menos como metáfora, esta é uma política que já nem com pastilha se cola à razão!
domingo, 6 de abril de 2008
O partido à espera do Messias que nunca aparece
A chama que já não é mais de união
sexta-feira, 4 de abril de 2008
Conselhos para as senhoras no tempo da outra senhora
Para combater os saudosismos disparatados que vão aparecendo!
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Igreja, que ouvidos o Estado te deve dar?
Afonso Costa tratou de dar uma machadada importante no poder da Igreja dentro do Estado, mas muito se discursa ainda sobre a relação entre Estado e a Religião. Num artigo do El Pais publicado no Courrier Internacional do mês passado explica-se muito bem o porquê de se defender que Religião e Estado devem estar separadas. A Religião acredita ter a razão pura, logo a nível legislativo não há muito negociar com as Religiões que “ situam-se fora da possibilidade de crítica”, por motivos óbvios a flexibilidade é nenhuma. Para além do mais qualquer religião acredita que "o poder emana de Deus e não dos Homens”, no Estado o poder vem dos Homens, é legitimado pelos Homens e é dirigido a todos os Homens sejam eles crentes ou não. Por isso mesmo na mais recente questão do divórcio ouvir qualquer convicção religiosa, e em particular a da Igreja, é perfeitamente inútil, visto que pelas palavras de D. Jorge Ortiga, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, a Igreja "nunca aceitará o divórcio", seja ele litigioso, feito na conservatória ou na Internet em 5 minutos. Resta por isso ao Estado e à Igreja guardarem as suas relações no que toca à obra social ou ao diálogo harmonioso entre diversas convicções, no resto devem manter-se totalmente afastados. Mais é tão imoral o Estado intrometer-se nas questões teológicas da Igreja como a Igreja se intrometer no Estado, por isso quando o Presidente da Conferência Episcopal diz que existe «uma incrível exclusão da presença católica dos ambientes públicos e políticos», deve entender que o Estado faz leis para todos, católicos e não católicos, crentes, ateus ou agnósticos. É verdade que deve ouvir todos mas ouvir não significa, nem pode significar, que se façam leis ou decisões para agradar a nenhuma convicção religiosa, bem como não se devem tomar posições políticas como aquelas que a Igreja Espanhola tomou nas recentes eleições legislativas. Felizmente os Católicos não se escondem, muitos encontram-se em cargos relevantes e por isso também é difícil entender D. Jorge Ortiga quando afirma: «não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral».