quarta-feira, 30 de abril de 2008

A gangrena de votos que Sócrates quer parar

A campanha para as legislativas está aí, e em força, o próprio Sócrates disse a palavra “eleições” várias vezes hoje no parlamento. E para quem é que Sócrates se vira? Para a esquerda, enquanto que o PSD anda entretido a decidir se escolhe entre a sua versão Tatcheriana do poder e o apocalipse que é Santana, Sócrates entendeu que este era o momento de acordar para os votos que vai perdendo para a esquerda, Bloco e PCP mostram nas sondagens que têm juntando muitos dos descontentes com o PS. Contundo o nosso amado primeiro-ministro está convencido que é mostrando as garras que consegue mais votos, engana-se não é com a agressividade que se viu hoje no debate quinzenal que consegue recuperar um único voto que fugiu para a esquerda, algo que já de si será difícil, as eleições são só em 2009 mas perder votos é muito mais fácil que recuperá-los. Não é com discursos inflamados e adjectivos fartos que o PS se aproxima desses votos, só ajuda cavar ainda mais o fosso com a sua esquerda.
E uma das formas de recuperar votos seria lembrar Sócrates de algumas promessas da campanha de 2005, entre as quais a de revogar o Código de Trabalho de Bagão Félix, um promenor que ficou esquecido no tempo. As propostas em relação aos recibos verdes podem ser um avanço, mas não dão garantias que a geração dos mileuristas tenha uma perspectiva alargada de futuro. Aqui bem podia ser o Estado a começar a dar o exemplo e deixar de subcontratar as aulas de inglês do primeiro ciclo a essas chamadas de empresas de trabalho temporário que foram enchendo as escolas dos seus professores de inglês a quem pagam aos níveis da falta de vergonha que têm. Mas sobretudo ainda não se percebeu o que é essa coisa do despedimento por inaptidão, ou melhor já se percebeu, é o condimento perfeito para varrer das empresas os trabalhadores na casa dos 50 anos, caros e indesejáveis e a quem facilmente se vai colocar um rótulo de “inaptidão tecnológica”, os dispensáveis portanto, que sem pudor serão fáceis de despedir.

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