sábado, 27 de setembro de 2008

A Cega fé na máquina


Sócrates e a sua Ministra segundo o próprio ”modelo” andaram atarefadíssimos nesta última semana a distribuir computadores, internet de banda larga e toda a parafernália tecnológica acabando hoje em grande forma hi-tech com uma cerimónia cheia de hologramas por todo o lado. Nada tenho contra todas estas melhorias tecnológicas, muito pelo contrário, abrem imensas potencialidades às escolas, apesar de achar o Magalhães uma patetice, um computador brinquedo cujo o investimento faz pensar se não seria deveras melhor investir numa primária mais que desfalcada e que gera os fracos alicerces do sistema.
Mas o mais delicioso em Sócrates e no seu discurso é a ingenuidade. Criaram a ideia que colocar computadores à frente das crianças e alunos os vai fazer miraculosamente aprender, ter melhor rendimento, obter melhores resultados. Assim um género de um de arte mágica, restando perguntar que enquadramento pedagógico o ministério espera dos computadores, mas no fundo nada disso interessa, porque e deixando cair a mascara há uns dias, e deixando-me a mim sem palavras li uma extraordinária declaração de Maria de Lurdes Rodrigues afirmando que quer alcançar nos próximos anos 100% de aprovação, que é como quem diz 0% de chumbos, no 9º ano, e infelizmente já sabemos como tal vai ser obtido.
É a escola maquilhagem, uns computadores, o sucesso que sai da cartola inesperadamente, e a convicção provinciana que a máquina, por instinto, ensinará tudo e a todos.
Esta visão está ao nível da visão desta fabulosa gravura francesa do final do séc XIX que sonhava que no ano 2000 alguma máquina à manivela emperrasse livros aos alunos. A manivela foi substituída pelo Computador (desde logo o nosso muito português Magalhães), o sonhador que há mais de 100 anos sonhou com um novo milénio assim é agora substituído por Sócrates, que se convenceu que computadores e quadros interactivos vão ser o remédio e o paliativo para todas as doenças do sistema de ensino.

Sem comentários: