Angola está a horas de votar, é o voltar às urnas no país que da última vez que contou os votos caiu de novo na Guerra Civil. Savimbi foi morto e entretanto a Guerra acabou, mas Angola habita agora o limbo, não querendo voltar à Guerra, não sabe o que quererá e acomodou-se a 16 anos sem eleições, aos 30 anos de MPLA e a um regime corrupto de alto a baixo. Talvez tal justifique os discursos conformistas que se ouviram nos últimos dias, aceitando com uma naturalidade passiva a riqueza que José Eduardo dos Santos amigos e família souberam pôr a gravitar à sua volta, num país com desigualdades sociais que marcam e não são difíceis de adivinhar. Angola sabe que a corrupção existe, mas para quem assistiu à distância a esta campanha parece desculpá-la com a corrupção de outros países, em troca vai acalentando a esperança que o crescimento económico vá aos poucos sendo o motor para um melhor desenvolvimento humano, que ainda não chegou. Os Angolanos estão portanto à espera, sabem que não vão regressar à Guerra que os afogou durante décadas, mas receiam que uma qualquer mudança deite por água abaixo o crescimento dos últimos tempos, só isso justifica algum do tom dominante dos últimos dias.
Mas há coisas que continuam iguais, ser voz dissonante ainda tem um preço a pagar. Geldof disse o óbvio numa conferência do Expresso, fica a Impresa à porta de entrarr Angola, juntamente com o Público e a Renascença. Com atitudes de pequenos ditadores como esta, como quer Angola que alguém acredite que algo de democrático está a mudar? E nada disto é dito com algum ressentimento colonial, porque nunca os tive.
Mas há coisas que continuam iguais, ser voz dissonante ainda tem um preço a pagar. Geldof disse o óbvio numa conferência do Expresso, fica a Impresa à porta de entrarr Angola, juntamente com o Público e a Renascença. Com atitudes de pequenos ditadores como esta, como quer Angola que alguém acredite que algo de democrático está a mudar? E nada disto é dito com algum ressentimento colonial, porque nunca os tive.
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