sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Os 7 anos que passaram


Torres Gémeas ao fundo, Nova Iorque 1992, foto de Luiz Carvalho


Passaram 7 anos desde o 11 de Setembro, e recordar esta data pode significar cair nos eternos balanços sobre aquilo que ocorreu depois do momento em que mais petrificados ficámos à frente de uma qualquer televisão. O Afeganistão que julgámos controlado parece essa Guerra esquecida que se vai arrastando e o Iraque ocorreu e sem compreendermos que política era e é a que Bush tinha para o Médio Oriente. Mas 7 anos depois ficamos agora com a sensação que estamos a entrar num momento novo do pós 11 de Setembro, Bush sairá, esperando eu e muitos que Obama entre em cena, mas mais do que uma troca de cadeiras em Washington, que terá sempre consequências, o mundo que Obama ou McCain terão pela frente na Sala Oval em 2009 não será o mesmo que Bush teve em 2001. Em sete anos nem a América nem ninguém conseguiu resolver o conflito israelo-palestiano, a semente de muito do que ali circunda continua lá, enraizada como sempre; a um equilíbrio Irão e Iraque que ia criando uma balança de forças na região temos hoje um Irão com o seu fanatismo hegemónico; a Al-Qada e Bin Laden parecem ter perdido aquele ar mítico de há 7 anos, mas não deixamos de pensar que habitamos um limbo incapazes de entender que malha terrorista está para nascer. Mas conseguirá a Amércia impor-se como no pós 11 de Setembro? Em oito anos chegaram Medvedev e Putin a uma Rússia que se afirma oficialmente por ambições “não-imperialistas”, mas tem ainda cravada no seu ADN o peso de um poder que quer ver repetido e que não nos mergulhando, por enquanto, numa Nova Guerra Fria obrigará cada um dos lados a medir muito melhor os passos que dão. O Irão não se tornou mais um pormenor no mundo, o Paquistão não se limpou de terroristas nem vive na maior das calmas. Economicamente a Sul Chavez e Morales impuseram-se e chamam “non gratos” a embaixadores Americanos, estando em busca de modelos sociais novos que apareceram mas faltam-se definir completamente, mas que sobrevivem sobre o manto de petróleo em que habitam.
“The World still needs Mr Big” era este o mote de um dos artigos da Newsweek no início deste ano defendendo que a América mesmo depois do Iraque tem um papel no mundo, e claro que esse papel continua vital e central nos dias de hoje, mas cada vez mais ficamos com o horizonte de um mundo em que a geometria mundial se redesenha num futuro em que temos sempre aquela sensação que o novo século começou verdadeiramente a 11 de Setembro de 2001.

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