Acaba um 2009 muito pouco dedicado à bloguice, aos textos e à escrita na Terra de Ninguém. Deste blogueiro negligente, desejo aos resistentes leitores um óptimo 2010, inspirado para a segunda década deste século que agora chega. Que o ano que aí vem seja passado no melhor dos locais, nem que seja para lá do arco íris de Judy Garland!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Feliz Década!
sábado, 3 de outubro de 2009
O 2º dia da insanidade
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
"Uma ventura na escola" (parte 2)
Mas damos o desconto, entrámos na fase do atira nomes à parede a ver se cola na opinião pública!
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
A campanha dos momentos vazios
E um dia ainda me vão explicar essa coisa da arruada com megafones, bandeiras gigantes, multidões suadas a amontoar-se, acenos enviados para as próprias comitivas e intrusos rapidamente seriados para não incomodarem os respeitáveis candidatos. Já sei muitos acham que quem diz isto não gosta de contacto com o povo, mas também um dia me hão de explicar que tipo de conversa minimamente inteligente ou esclarecimento nasce ali. Mas o objectivo também não é esse, porque a força dos partidos parece que ainda se mede ao tamanho do rebanho que o líder leva atrás.
Mas esquecendo as últimas duas semanas, a pré-campanha, os comentários, os programas escrutinados e sobretudo a memória dos últimos anos fazem que quem quer fazer uma decisão consciente fá-la. Pode não haver soluções perfeitas, certamente, mas como Churchill dizia “a democracia é o pior sistema de todos, exceptuando todos os outros”. A verdade é que a democracia portuguesa também produziu o duo que mostra bem aquilo a que os maiores partidos chegaram. De um lado o Sócrates do PS de esquerda híbrida, muito híbrida, demasiado para 4 anos de um discurso formatado aos ventos que sopravam e às circunstância e muito pouco formatado a valores, a verdadeiras ideologias que na mente socrática são sempre o lado menor de fazer política, são sempre mostradas em versão Português Suave para nada nem ninguém afrontar e em si juntar todos os votos até ao último. Quando é preciso os funcionários públicos são esses “privilegiados”, quando a trajectória muda o Estado Social é um valor máximo. Do outro Ferreira Leite, a prova que o PSD, ao contrário do país, não mudou o ciclo, não virou a página do cavaquismo, e quis ter uma líder com postura séria num partido que não o consegue ser, quis ser sintético e acabou por nada de programático produzir.
Só resta votar, domingos contam-se os resultados!
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
A verdadeira campanha suja
É este o tipo de anúncios e de associações que Obama enfrenta para a reforma social mais marcante de sempre na história dos Estados Unidos
Em memória
O sentimento que pode não se reflectir nas urnas
Durante todo este mandato, Sócrates foi tudo menos uma personagem adorável, algo que se calhar ele também não desgosta, visto que tem aquela visão messiânica de cavaleiro andante da política. Durante 5 anos ouvir críticas a Sócrates foi uma constante, de todos e de vários sectores, de amigos e de muitos dos que conhecemos as políticas Socráticas do PS eram clamor e crítica de muitos.
E agora como pode vir ele a ganhar mesmo sem maioria absoluta? Não, não creio que tenha havido um convencimento do país de muitas das pseudo-reformas socráticas. Como também nestas eleições duvido que se irá votar por que se é contra ou favor do TGV, da 3º auto-estrada Lisboa-Porto ou porque esteja na mente de muitos portugueses o nível do endividamento do país. Nestas eleições quem votar no centrão votará porque gosta ou não gosta de Sócrates ou porque gosta ou não gosta de Ferreira Leite. Nada mais que isto, a verdade é que Ferreira Leite não parece ter capitalizado suficientemente o descontentamento, deitou a politica de verdade por um canudo com aquela parelha de candidatos (António Preto e Helena Lopes da Costa), não concretiza medidas, nela vê-se esfarelar qualquer coerência, qualquer ânimo mobilizador. O que muitos pensavam ser a mais-valia nela: a calma, a ponderação, o não gosto pelo show-off, como o contraponto a Sócrates não está a funcionar, por que só funcionaria se tudo isto fosse acompanhado de clareza, de compreensão, de medidas, de articulação de discurso, só assim se poderia pôr como antítese, em estilo e em conteúdo ao primeiro-ministro. Mas isto Ferreira Leite não consegue fazer. E o facto é que a sua figura está cheia de anti-corpos por toda a sociedade portuguesa que com ela não se identifica nem mobiliza. Como está a figura de Sócrates, mas entre um e outro, o jeito maroto e aguerrido de Sócrates colhe mais adeptos naqueles que apenas se vêem balancear entre PS e PSD.
Para já ao fim da primeira semana de comício Sócrates vai à frente numa campanha, que como todas as outras é o pior momento para discutir o que quer que seja. Os fenómenos de momento, o nada, o pequeno golpe baixo, a pequena picardia politiqueira lançada em jantares de militantes mobilizados à camioneta domina.
1 semana depois um e outro continuam a prometer nada mais do que o centrão típico, um e outro são os melhores símbolos desse rotativismo que pretende transformar o país no seu bipartidarismo, perdendo assim sucessivamente votos para as suas franjas de esquerda e de direita. Um e outro são bem conhecidos, um e outro andam nestas coisas há 18 anos, é demasiado tempo para um país que em quase duas décadas tanto poderia ter sido e não foi.
Os Debates
Portas portou-se bem naquele estilo que adoptou. Joga em nichos de mercado, especializou-se em pme´s, agricultura, segurança, puxa o ódio social no rendimento mínimo, um subsídio cheio de fraudes, mas também sei que cheio de pessoas que de facto dele precisa. Portas chama a si os mais básicos instintos de repressão social, acabando por estigmatizar, e um político nunca deve ser um estigmatizador, seja de quem for. Portas que gosta de mostrar aquele seu lado de apreciador de grandes estadistas, esquece-se que a maior das qualidades dos homens de Estado é representar todos e naquele jeito populista, que só ele tem, mete tudo no mesmo saco: os que em muito enganam e se especializam na fraude do rendimento mínimo e à sua conta vivem, daqueles muitos pobres, verdadeiramente pobres, que dele precisam. Portas à busca do rancor social, considerando que as frases que ouve em tascas e cafés baratos de uns em relação à pobreza dos outros fazem alguma vez um programa que se alimente de algo mais que os instintos primários de alguns.
Jerónimo já entendeu que debates não é com ele, e passa à frente sem distinção.
E chegamos a Louçã que portou-se à altura menos no debate em que deveria ter sido mais forte, deixando-se levar na táctica de Sócrates que mais não foi do que ouvir os seus assessores e pegar em dois ou três pontos do programa do bloco para picar o adversário, tirando-os do contexto, do todo do programa, na táctica do susto, do afugentar das classes médias do bloco, que aglomerou muito do descontentamento contra o PS dos últimos anos.
Quanto a Ferreira Leite as expectativas eram baixas e baixas se confirmaram, sem a mínima capacidade de articulação de uma ideia que seja minimamente compreensível, mas mais grave do que tudo isso cada vez que saía da sua caixa, do seu programa redutor Ferreira Leite apenas tendia a dizer que não sabia, não havia estudado, não havia pensado no assunto. Pouco, redutor, mísero numa altura em que não se pede que alguém saiba de tudo, mas que entenda um pouco mais do país do que aquilo que está escrito no programa que a própria diz podia ser resumido numa folha A4.
E estes debates, ao contrário de em muitas outras eleições, ao fim da primeira semana de arruadas e festins, podem mesmo ter marcado os resultados das eleições, pelo menos a acreditar nas sondagens que mostram um empate técnico antes da semana de debates e o descolar do PS pós-debates. Falta uma semana.
O dia da insanidade
Cavaco está no memento mais incrivelmente ridículo do seu mandato, depois dos vetos de Verão, incluindo a lei das uniões de facto como essa maravilhosa desculpa “do tempo oportuno”, ou seja o tipo de argumento que os conservadores usam sempre quando não querem discutir um qualquer assunto que mexa com valores e costumes. Mas o caso que promete marcar a recta final do mandato do presidente é este que mostra o ponto mais baixo das relações com Sócrates, num caso que flutua entre o delírio e a mais surpreendente metáfora da forma como o próprio Cavaco se vê a si e à sua presidência.
Em primeiro lugar manda um assessor seu contactar um jornalista para estampar uma notícia num jornal. Houve tempos em que o presidente disse que não lia jornais, agora parece ter saltado para o outro extremo, sendo que cria notícias para as próprias publicações que ele dizia não ler.
Mas isto mostra a total incompreensão do que é o cargo de presidente da República, se de facto haviam estas suspeições em Belém e se o objectivo passava por não interferir na vida partidária, ainda para mais num momento destes, Cavaco tem as tais audiências às 5ºs feiras para tratar de tudo o que acha que tem a tratar com o primeiro-ministro e não criando notícias, suspeições, um bruaá no ar envolvendo-o a ele, a São-Bento e as serviços de informações.
A cereja deste muito recheado bolo-rei que o próprio presidente criou são as declarações que proferiu afirmando que depois das eleições quer ser informado sobre matérias de segurança e dizendo a uma jornalista que não é ingénuo. É possível ter estado pior? Dificilmente, Cavaco em Agosto espera dez dias para comentar alguma coisa sobre a notícia do Público, naquilo que foi uma frase que nada retirou às suspeições existentes, passa um mês e Cavaco acrescenta esta pérola a uma novela que nem Moniz nem Moura Guedes teriam tanta imaginação para escrever.
Uma enorme colherada na campanha dada pelo presidente mais toda a sua trupe de maravilhosos assessores, que gostam de frequentar pacatos cafés da avenida de Roma e que entre um golo no café e uma trinca no pastel de nata passam dossiers sobre assessores de Sócrates, a prova que na Casa Civil se andam fazer vastas biografias sobre muitas personagens.
Sócrates joga à defesa com as suspeições que parecem pairar e que sempre pensei de ridículas não percebendo agora se de facto existem, o que, nesse caso, seria um auge da estupidez de São Bento, ou não passam de fantasia e aí estamos perante o auge do delírio de Cavaco.
É com casos como este, tratados com esta ligeireza, como se de um romance de intriga barato se tratasse, que Portugal não consegue levar a sério aquilo que em qualquer lugar seria dos mais graves casos que alguma vez poderiam acontecer.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
O mês dos ferozes que se tornaram doces
A entrevista correu-lhe bem, mas bem espremidinha fica a marca do que vai o Sócrates de Setembro de 2009. Definitivamente a ferocidade ficou pelo caminho e o objectivo chama-se: bipolarização. Comecemos então pela forma com o discurso melado de arrependimento e assumir de erros dedicado com muito amor e carinho a juízes, professores e funcionários públicos que agora convém embevecer. Se juntarmos este enorme pote de pessoas, a verdade é que todos conhecemos um professor, um juiz, ou um qualquer funcionário público que passará a mensagem contra Sócrates e é esta cadeia que é preciso quebrar para aguentar muitos votos à esquerda do PS.
Para o PS o cenário de votos partidos em múltiplos pedaços não se pode repetir, ou seja para o primeiro-ministro o discurso passa pelo sou eu ou ela. Sou eu o moderno, o avançado, o reformador, o keynesiano vibrante do papel do Estado contra ela, a antiquada, a conservadora, a direitista que odeia o Estado, a cavaco de sais.
Daqui a uns dias sabemos o resultado deste wrestling à portuguesa.
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Sócrates julga que encontrou a resposta para Cavaco
Afinal a resposta é fácil, basta distribuir 200 euros por cada novo filho, dinheiro atenção entregue ao fim de 18 anos! Alguém no PS se deve ter esquecido que há uma coisa chamada taxa de inflação e quando o agora adorável bebé for mais espigadote e chegar à idade adulta os 200 € servirá, quanto muito, para uma cerveja e um pacote de amendoins.
Andávamos todos à espera dos programas eleitorais, eles aí estão, com propostas de cortar a respiração de tão inspiradas que são!
Não há nada melhor para curar a gripe que uma poncha!
domingo, 5 de julho de 2009
Que medo!
Um epitáfio!
Consta contudo que o Debate tratava da Nação, algo que entretanto não foi muito falado. No discurso de balanço Sócrates esqueceu a avaliação de professores (curioso), as reformas na saúde (muito curioso!), debruçou-se no Magalhães, no plano tecnológico e passados todos aqueles minutos de discurso ficava a saber a pouco, num balanço esforçado que tentava espremer e assinalar as mais pequenas medidas. De Sócrates fica uma consolidação Orçamental jamais acabada, sem dúvida feita à custa de sacrifícios que fizeram desta década negra para a convergência portuguesa com a Europa. Ao contrário do que Sócrates diz ninguém o acusa das causas crise, mas acusam-no, e bem, de a ter subestimado até muito tarde, de ter tido um ministro da economia que anunciou a retoma (mais um anúncio da chegada dessa aguardada e nobre senhora), de um ministro das finanças que só muito tarde admitiu todo um novo cenário, de um PS que se descontrolou perante a nova realidade e um conjunto de medidas que ninguém ainda sentiu que tenham provocado substanciais inflexões do ciclo negativo, sobretudo do desemprego. Mas se a crise tramou o final de mandato de Sócrates, e fê-lo de facto, então perguntemo-nos se Sócrates nos deixou mais preparados para o depois da crise ou deixou um país mais resistente às crises que hão de vir. Ora aqui está a essência, a estas perguntas a resposta é não. O Sistema de Segurança Social reformando, como já aqui uma vez escrevi ameaça uma pauperização futura de uma importante franja do país, os portugueses não estão a mais instruídos, podemos ter os centros Novas Oportunidades a abarrotar, mas isto está muito longe do que é uma educação ou formação ditado por um modelo de qualificação ocidental, as empresas não estão mais competitivas na maioria dos sectores. A verdade é que hoje o país não está mais forte nem mais preparado para um período pós-crise em que o discurso do défice voltará e o país continuará emaranhado no debate das grandes públicas, sem que nada de substantivo se decida. Sócrates não inflectiu o ciclo nem mudou o horizonte para os próximos anos, a verdade é que o horizonte hoje em 2009 é bastante mais negro que aquele existente em 2005, um horizonte em que a palavra “recuperação” parece perdida e difícil de encontrar.
A isto junta-se um primeiro-ministro que perdeu todo o momento político numa difícil espiral desde a derrota nas europeias. Talvez aquele gesto fosse um conselho de pinho: Sócrates precisa de se deixar de fantasias ou eufemismos baratos sobre o verdadeiro Estado da Nação, no fundo Sócrates precisa de pegar o país pelos cornos!
Meus caros a matéria-prima não é bem a mesma!
Na campanha presidencial Americana Obama adoptou claramente um estilo de comício que o PS tentou importar experimentalmente para as europeias. Mas enquanto em Obama aquilo parecia credível, audível e cativante, na campanha socialista com Sócrates, mas sobretudo com essa força mobilizadora chamada Vital Moreira, parecia e era tudo demasiado falso, maquinado, estranho. A embalagem até pode ser bonita mas quando lhe falta conteúdo pouco salva a aparência.
A verdade é que enquanto Obama era chegado de novo, fresco de ideias e de forma, Sócrates passou por 4 anos de profundo desgaste e chega às legislativas em pior estado que nunca.
É bom que os “conselheiros de Obama” se apercebam que em Portugal jamais poderão fazer um site como o do presidentes americano que angariava fundos infinitos, mobilizava voluntários (milhares deles), organizava eventos, acções de campanha. O site de Sócrates parece-me que não passará dos supostas respostas do primeiro-ministro às perguntas dos cidadãos, um belo espectáculo muito bem montado.
Quando o descaramento não tem preço
quinta-feira, 2 de julho de 2009
O Portugalinho depois das Europeias
Sócrates prova todo o seu veneno que foi acumulando ao longo de quatro anos, com um discurso peseudo-anticoorporações. Os privilegiados que ele tanto apregoava no passado são exactamente os eleitores que agora lhe escorregam entre os dedos: professores, polícias, enfermeiros. Os mesmos que foram esvaziados durante três anos e que chegaram a esta crise com piores perspectivas do que aquelas que possuíam quando Sócrates chegou ao poder. Este era o eleitorado base e histórico do PS perdido até não se sabe quando deixando agora o partido nas mãos do eleitorado mais que volátil do centrão. Em quatro anos Sócrates atirou pela janela trinta anos de eleitorado relativamente fiel, um autêntico feito político!
O centrão perdeu a fé em Sócrates e virou-se para Ferreira Leite, mesmo que ela não articule uma medida, fala, e bem, não o refuto, do endividamento sufocante do país, mas mesmo depois de uma entrevista em que quem se tornou pelo menos um “animalzinho feroz”, não entendi, minimamente, que pensa ela ou que julga poder fazer para o problema resolver.
Se de um lado temos um primeiro-ministro que todo o poder teve e todo o poder deixa agora esvair do outro temos uma líder do PSD que por enquanto está convencida que pronunciar a palavra “Verdade” formula um qualquer programa de governo.
É o Portugalinho em tempo de crise, ou seja o Portugalinho igual a si próprio e no seu estado crónico e permanente da última década: em crise e sem respostas, não é uma fatalidade, é um facto!
sábado, 27 de junho de 2009
Cadê deste blog?
Sem promessas que não se possa cumprir, mas fica pelo menos o desejo de trazer, de novo, a vida a este canto da blogosfera!
quarta-feira, 4 de março de 2009
Reformas: que coisa é essa?
O cenário de hoje, ou seja de salários baixos, deixa no horizonte, daqui a pouco mais de 20 anos reformas a metade do salário, ou pelos números certos da OCDE a 54% do último salário. Vejamos então o país daqui a 20 anos, altura em que os bafejados pelo Estado Social já serão poucos, neste país da Esquerda Socrática, assim como numa boa parte da Europa, teremos pessoas que trabalharam mais de 40 anos algumas delas a puderem viver a metade das possibilidades económicas que tinham antes, os outros da geração seguinte presos ao passa recibo verde e do emprego do direito zero. É assim que alguém julga caminhar para o aumento da qualidade de vida? Duvido, a erosão do Estado Social pode ter este triste desfecho, resta perguntar também com uma população que na grande maioria pode vir a ser muito mais pobre em proporção com o que hoje é ou o que foi no passado, deixa assim de puder consumir e no fundo viver tão bem como desejaria e daqui importa saber onde os mesmos que arquitectaram tudo isto esperam que venha crescimento económico e desenvolvimento? Sim de onde numa sociedade como esta pode brotar algum desenvolvimento?
Mas deliciosa é ainda resposta que o Secretário de Estado, um dos fazedores da reforma da Segurança Social deu ontem ao Estudo da OCDE quando firmou que cada um tem sempre a opção de um sistema de complementos de reforma dentro da própria social ou no privado. Apliquemos então a teoria do nosso Secretário de Estado e tomemos por base um salário líquido de 600 euros, bem dentro da média da massa salarial portuguesa. Ora um casal com dois salários deste valor e dois filhos menores estudantes, entre todo o cardápio de despesas normais era bom que alguém pudesse explicar que engenharia doméstica poderia ser essa que deixasse margem de poupança para um PPR que seja.
Seria uma loucura pensar nestes valores de reformas daqui a duas décadas, e até lá ainda acredito que alguém acordará para aquele que seria um gravíssimo empobrecimento colectivo, de um Estado Social que às vezes parece querer demitir-se de todos, dos mais velhos e dos mais novos. reformar a Segurança foi e é imporante, decisivo mesmo, mas uma reforma que não pense só para o amanhã mas que reflicta verdadeiramente nas próximas décadas.
O fim-de-semana dos robots anímicos
Desde que estejamos no poder está tudo bem, o resto é perfeitamente indiferente, é assim o PS destes tempos de direita quando convém de esquerda quando os ventos mudam (ou melhor de pseudo esquerda), pincelado com aquela pinta que gostam de dar que são os modernaços achando que ser de esquerda é apenas discutir casamentos gays ou eutanásia, também o é mas será também ter um discurso social, que num congresso de tanta ostentação tenha a vergonha de olhar para o país dos 8% de desemprego, para o país que se retorce todo para caber no cinto da crise.
A síntese perfeita do congresso está naquele videozinho de publicidade reles do final do congresso que mostra as medias sociais do governo, de famílias felizes, muito melhor do que há uns anos viviam, como se tudo aquilo misturado e musicado não fosse uma espécie de sonho que Sócrates tem quando adormece, por vezes o país que se sonha ter, não é aquele que se tem. Um vídeo que não fica muito longe daquela pérola da campanha de 2005 do “Menino Guerreiro”.
E a cereja em cima do bolo: Vital Moreira, essa personagem cativante a quem me custa colar o conceito de bom candidato para uma campanha dura e difícil como vão ser as Europeias. O que já foi o homem do PC, transformou-se no verdadeiro Sócratesman, com discursos sempre aguerridamente a favor do seu governo, no fundo uma espécie de Santos Silva mas com melhor retórica e mais classe. Um candidato incógnita durante uma campanha eleitoral.
E aqui está Sócrates, a vítima segundo ele próprio, mas talvez o maior bafejado pela sorte, porque verdadeiramente no centrão ele continua a ser o único candidato a primeiro-ministro.
PS: Para sempre na memória o momento BBC Vida Selvagem de cães, galos e cavalos que parece que segundo um pitoresco congressista não são verdadeiramente bichas nenhumas, pela sua luta veemente pelas fêmeas. O PS com um ar de progressistas por fora mas com entranhas conservadoras desreguladas com o discurso que os líderes tentam passar.
sábado, 14 de fevereiro de 2009
História infantil pelos olhos de Chavez
Desde já apelo a Sócrates e à dupla Pinho/Lino para que em 2009 Portugal consiga bater o record de 2008 no que se refere a visitas de Chávez a Portugal, cuja saudade já começa a apertar.
Mas tal só poderá certamente ser depois do referendo de amanhã, em que passado apenas um ano sobre a vitória do Não à mudança da constituição para eliminar as restrições ao mandato presidencial, Chávez volta à carga com a mesma pergunta em referendo em mais uma das suas tentativas para ficar eternamente no poder até cair de uma qualquer cadeira ou até os seus pés ganharem musgo debaixo da cadeira presidencial. Esperemos que o povo Venezuelano tenha de novo a coragem para saltar para além dos discursos inflamados de Chávez, ou para lá dos milhares de horas de programas televisivos que o Presidente Venezuelano tão bem sabe ocupar e diga Não à versão Latina de autoritarismo que Chávez traz consigo.
Uma foto vencedora na tónica dos tempos
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Estado, Justiça e Igreja
Comecemos pelo cerne da questão em si. Pessoalmente sou totalmente a favor da Eutanásia, e não alinho no tipo de discurso que defende repetidamente que os cuidados paliativos são justificação para nunca legalizar a eutanásia. Obviamente que ao Estado compete garantir uma eficiente e digna rede de cuidados para aquele que estão no fim de vida, mas respeito tanto aqueles que decidem viver confortavelmente o fim, como aqueles que não se sentem capazes de o fazer e preferem outra solução. Não caio por isso nos discursos moralistas que por aí ouvi nos últimos dias daqueles que acham sempre que vivem a vida dos outros, pensam pela cabeça dos outros e sentem as realidades difíceis pelo que os outros passam. No caso de Eluanana é ainda mais compreensível a justa decisão do tribunal Italiano. Eluana não tinha vida, tinha uma corrente a uma máquina que nunca a acordaria ou a faria voltar do Estado vegetativo em que há 17 anos se encontrava. Não estamos a falar de um caso como o do Galego Ramómn Sampedro em que o debate era mais compreensível pois falávamos de alguém tetraplégico que mantinha todas as suas faculdades mentais, estamos sim perante alguém que nem isso já conseguia manter e que se encontrava arrastada numa situação que muito poucos podem alguma vez chamar de racional ou entendível. Obviamente é difícil legislar nesta matéria.
Mas mais do que a própria questão da eutanásia, voltamos a ver neste caso a sempre estranha e difusa divisão de poderes dentro do Estado Italiano. Enquanto há bem poucos anos era a justiça a limpar todo o sistema político do país confundindo os seus poderes judiciais com o poder executivo dos governos e dos políticos, agora é Berlusconni, sempre ele, que parece que não entender o que é o poder judicial, independente das suas pressões. Felizmente alguém em Itália não é subornável ou influenciável por Berlusconni! Tudo acompanhado pela Igreja que ainda não entendeu que a separação com o Estado há muito que está feita, que a sua opinião é legítima, mas a sua inferência é escandalosa, incompreensível. Apesar da forma e do embrulho geral parece que por vezes a Igreja continua a não querer entender que as suas razões religiosas e metafísicas não se misturam, nem jamais se devem misturar com as razões de facto, livres de dogmas de Estados laicos que se desejam.
A recente posição da Igreja numa Itália onde continua a ter um papel central, ou a opinião emitida em relação aos casamentos homossexuais em Portugal são preocupantes sinais. Ninguém escorraça o papel de uma qualquer igreja na sociedade, muitas vezes meritório na área social, mas já muito passou desde o tempo do essencial poder político do Vaticano.
Aterrados do planeta Sócrates
Hoje Cavaco deu a tónica no ponto certo, obviamente precisamos de uma resposta à crise mas que futuro e factura para as próximas gerações? O facto é que para atacar a crise referem-se vários investimentos, sem nada definir disparando o nosos tão flamigerado défice. Obviamente que medidas sociais são mais que essenciais para um país que vai precisar delas como de pão para a boca nos próximos largos tempos, mas daqui a alguns anos (seria um delírio dizer quantos) e a crise internacional tiver passado e ainda tivermos a nossa eterna crise estrutural para resolver voltamos ao discurso do défice a 3%? Ou seja como já aqui disse olhando para o longo prazo Portugal parece amarrado a um ciclo do qual não se consegue livrar, uma economia mal estruturada, acompanhada de contas públicas fora de ordem ocuparam-nos durante quase 10 anos, depois chegou a crise internacional e quando passar a crise lá estaremos nós todos outra vez no discurso anti-défice, com os problemas estruturais de sempre. Por isso interessa saber muito bem qual a factura a deixar para uma geração que decerto não quer repetir os amargos de boca e o peso de herdar contas públicas de novo desorganizadas.
Mas falar das gerações que depois desta virão é mais profundo do que falar apenas de contas públicas. Como parte de uma geração mais nova, receio, temo que a organização social do Portugal que aos da minha geração será entregue seja bem pior que aquela que a geração que me precedeu recebeu. Num país onde estupidamente se tentam dividir os políticos entre optimistas e pessimistas talvez haja por aí um qualquer que seja acima de tudo um realista que pense no Portugal que à minha geração e às gerações mais novas será deixado, não falo da consolidação do regime democrático, ou da garantia das liberdades individuais que essas felizmente estão garantidas, mas falo isso sim, do país que não conseguiram tornar mais igual, mais justo e mais próspero. Porque cada geração tem acima de tudo a responsabilidade de deixar à geração seguinte um país melhor que aquele que recebeu, e é bom perguntar se tal está a ser feito.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Se o ridículo matasse
Depois de criar todas as condições para mandar umas enormes formadas de professores para a reformar, sendo aqueles que supostamente à escola mais faziam falta, o mesmo ministério que lhes abriu a porta de saída vem pedir que estes mesmos professores voltem à escola como….voluntariados. É mesmo verdade, não se trata de humor negro ou da ironia pouco refinada de Valter Lemos, é de uma displicência, de uma hipocrisia vir agora com o discurso do voluntario sobre aqueles que o ministério dispensou a todo o vapor. Vejamos se nos entendemos o ministério quis livrar-se dos professores, mas precisava deles, e agora quere-los na escola como voluntários. Complicado? Parece mas é a coisa mais óbvia do mundo para o nosso brilhante Ministério da Educação.
Delirante é ver a lista de tarefas que estes “voluntários” podem fazer na escola, autenticas funções de professor cobertas com o eufemismo de “voluntário”.
Muito gozo isto provoca, enquanto rimos escondemos a tristeza absoluta de um ministério que se acha capaz de ter o desplante e a vergonha, não há mesmo outra expressão, de emitir um projecto de despacho como este.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
A geração da meia idade
Uma geração inteira atirada o mais cedo possível para a reforma, mas vejamos as contradições de tudo isto. Ao mesmo tempo que o sector privado adianta as reformas a muitos dos seus quadros, por sua vez o Estado estica ao máximo o limite das reformas no sector público, aplicando-o a todas as carreiras indiscriminadamente, como se todas fossem iguais, como se o Estado não tivesse ele próprio uma infinidade de diferentes carreiras. Por um lado uns a atirar pela janela aqueles que supostamente mais experiência têm por outro um Estado que espera ter funcionários a arrastarem-se pelos corredores para todo o sempre, a dicotomia no seu melhor!
Entre todos um batalhão de funcionários públicos, fartos cansados de tanto disparate e asneira, basta olhar para o caso dos professores que vêem que nada ganham em ficar a aturar as loucuras de um qualquer ministério que mesmo que efémero muita moça vai causando.
Entretanto como fosse a coisa mais natural do mundo o país atira assim ao vento os que deveriam, ou supostamente eram os seus quadros mais qualificados, mas com isso ninguém se parece importar muito.
Um caso como a roupa de outlet, com defeitos a mais
Entre tantos soudbytes Sócrates ainda não explicou as questões essnciais: o porquê da ZPE ter sido mudada quase a régua e esquadro para lá entrar o Freeport? Como se aprova um projecto destes à porta de eleições? Quantas reuniões houveram de facto e em que circunstâncias? ( e tenham paciência mas a teoria de Sócrates do esquecimento apenas aumenta a neblina em torno disto tudo) e por fim sabendo pelo tio de uma alegada tentativa de extorsão em troca da aprovação do projecto porquê que o então ministro não enviou o caso para a procuradoria?
Sócrates de nada é culpado e de nada foi acusado, mas perante um caso que já é tanto político como judicial o primeiro-ministro não pode dar aquele tipo de respostas. Em primeiro lugar se existem as tais “forças ocultas” quem são elas? A polícia inglesa que supostamente o aponta como suspeito numa dada carta rogatória? Bem se as “forças ocultas” de Sócrates são essas então estamos perante uma acusação gravíssima de um chefe de governo de um país à polícia de um outro país. Se por sua vez as “forças ocultas” de Sócrates são os jornalistas, o primeiro-ministro então ainda não apreendeu, desde o caso da licenciatura, o que é jornalismo e deve continuar ingenuamente à espera que perante um caso destes a comunicação social fique de braços cruzados, o que não aconteceria nem aqui nem em outro lugar qualquer do mundo. Por isso resta a Sócrates uma de duas, ou antes do caso se adensar num clima insuportável (que já existe) esclarece tudo para já ou deixa o caso arrastar-se e aí ficamos embebidos nisto tudo até às eleições legislativas, isto para não falar das Europeias daqui a pouco mais de 4 meses de distância e que podem já levar o caso Freeport a reboque.
Portugal precisa cada vez mais de umas sessões de divã, entre as dores agudas da crise e os esgotamentos nervosos causados por processos judiciais mediáticos e intermináveis, recomenda-se ao país o consumo urgente de uns fortes anti-depressivos.
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Quando tivermos de novo o Terreiro do Paço avisem
Around the world: “Stand by me”
Temos três eleições, mas que queremos delas?
Relembremos as últimas eleições legislativas, um Santana que dizia adeus e o emergir do animal feroz Sócrates, electrizado pelo choque tecnológico, de ar empreendedor dado pelas Novas Fronteiras que revelaram, entre outros, Manuel Pinho (mal sabíamos que surpresas nos revelaria Pinho ). Era o Sócrates que diz que não aumentaria um imposto, pois não seria assim que se combateria o défice mas sim pelo reanimar da actividade económica, era o Sócrates do Referendo ao Tratado Constitucional Europeu, em suma o Sócrates das esperanças depois do país abandonado por Barroso e entregue a Santana. Soam a longínquos estes tempos não soam? Mas não são, passaram meros 4 anos, hoje as promessas dos impostos que não subiriam esfumaram-se, chegamos com uma economia de rastos a 2009, um país mas afundado na sua pobreza crónica, um Estado que não se reformou, um sistema de apoio e serviços sociais que não melhorou, a sustentabilidade da Segurança Social conseguida, resta saber daqui a alguns anos a que troco de quebra nas reformas e pensões. Quatro anos depois da ilusão que poderemos pedir agora? Sócrates apresenta uma moção que julga que com os casamentos gay chama alguma esquerda de novo ao PS, sendo um tema essencial e que podia estar há meses resolvido, não fosse a hipocrisia desacarada e cheia de lata do próprio primeiro-ministro. A verdade é que a esquerda à esquerda de Sócrates, que é muita e parece cada vez mais, não esquece ou dificilmente esquecerá até às legislativas a barafunda na Educação, o fecho de serviços de Saúde as reformas de um Sócrates autoritário.
4 anos depois que confiança podemos ter no programa que Sócrates levará agora a legislativas? Depois de 4 anos em que tudo o que era caminho em 2005 parece ter-se esfumado. Em tempos de crise em que o horizonte é nublado será mais interessante que nunca saber que cambalhotas darão as campanhas de Sócrates e Ferreira Leite para arranjaram as promessas da praxe, numas eleições que ocorrem em tempos que em tudo fogem aquilo que é da praxe, em aperto financeiro, em restrição económica que poderá Sócrates, o homem dos últimos 4 anos trazer a um país por ele próprio desalentado? Que poderá trazer Ferreira Leite, alguém que há mais de 20 anos gravita em torno do poder? Um e outro são gastos, vazios, ideologicamente ocos, em tempos em que ideias definidas eram mais precisas que nunca. Pelo meio um bloco que cresce e se consolida, e um Portas a espreitar ao Centro, com uma oposição aguerrida, mas que passadas eleições não se coibirá, decerto, a dar a mão parlamentar ao PS.
E entre jogos e campanhas eleitorais de governo central, eleições europeias, e autarquias, que querem os Portugueses? Chegámos ao fundo do desalento, da falta de acreditar em palavras e rumos infinitamente prometidos e que não sabemos mais onde nos levará, depois de dez anos de crise interna somos brindados com a crise internacional, nós e todos o mundo. É politicamente correcto ser-se optimista, mas a época convida mais a um pessimismo politicamente incorrecto de um país que encravou sem data marcada para arrancar de novo.
domingo, 25 de janeiro de 2009
O ano Horribilis
A reportagem da revista do DN do passado fim-de-semana é absolutamente assustadora, como afirma Isabel Jonet, responsável do Banco Alimentar contra a Fome, nessa mesma reportagem, Portugal apresenta cada vez sinais não de “atraso, mas de subdesenvolvimento”, os números que por ela são apresentadas são um reflexo que nenhuma estatística pode escamotear ou esconder a realidade de facto. Num ano o Banco Alimentar contra fome passou do apoio a 200 mil famílias para as 250 mil, muitas instituições de solidariedade ameaçam a ruptura completa, agora que a mão antes amiga das empresas começa a escorregar puxadas pelas contabilidade rígida de empresas, elas próprias perante uma crise que não entendem e para a qual não estavam preparadas.
O cenário que nos desenham instituições internacionais promete-nos uma crise até 2010/2011, até lá que fazer a esta massa de muitos que à pobreza chegam? A verdade é que o Estado terá irremediavelmente que os apoiar, para não mergulharmos num período social ainda mais complicado. Mas pensemos no pós-crise, quando a recessão começar, levemente, a passar, nessa altura estaremos de novo, muito provavelmente, com um alto défice, entretanto lá avançaram umas tantas obras que podem endividar ainda mais o Estado e resta perguntar se nessa altura voltamos à estaca zero? Ou seja parece que nessa altura poderemos estar confinados, de novo, ao discurso do défice alto, do apertar do cinto e do novo toque para reorganizar as constas públicas. Será que temos que estar sempre presos neste ciclo sem fim?
Uma historia muito Queirosiana!
Como pouco mudou desde os romances queirosianos em que amigos e família se rodeavam do senhor ministro Abranhos em troca de um qualquer favor.
Sócrates ao fim deste terceiro caso será provavelmente ele próprio o melhor retrato de um certo país, longe da imagem de modernidade que lá tenta passar: a licenciatura que lhe calhou caída do céu, os projectos do mal ordenado Portugal do interior e agora o possível favorzinho ao tio.
O que vale é que Eça tinha sempre aquela palavra que assenta sempre como uma luva nestas ocasiões: choldra, de interesses, de favores, do pequeno conhecimento e contacto que sempre nos caracterizou.
O Caso Freeport pode dar em muito ou não dar em coisa nenhuma, mas pelo menos três grandes perguntas ainda estão a milhas de serem explicadas: 1: Qual a lógica de aprovar um projecto como o Freeport à porta de eleições? ; 2: Como é que Sócrates pode não se lembrar se a reunião foi ou não marcada a pedido do tio, era algo assim tão normal ou o então ministro desvalorizou um projecto desta dimensão?; 3: Que tipo de aprovação e em que condições esse mesmo aval foi dado ao projecto?
E tudo pode de facto nada ser e Sócrates sair sem qualquer culpa, que na realidade pode não ter tido em todo este caso, até lá a sua imagem vai-se desgastando, num ano em que ele próprio e o país nada têm a ganhar com isso.
sábado, 24 de janeiro de 2009
Não congelei em 2008, mas bem me apetecia tê-lo feito.
Não, não desapareci, nem renunciei às lides blogueiras, apenas deixei-me noutros afazeres desde o Natal, deixando assim o blog ainda preso ao ano antigo, talvez uma reacção freudiana qualquer desejando saltar por cima de 2009, em que navegar à vista e temer o desconhecido parecem ser as tónicas daquilo que pouco mais podemos fazer mergulhados no pessimismo crónico e justificado do país e do mundo.
Mas agora que descongelei e voltei aqui a aterrar, já 2009, espero eu que três eleições, o primeiro ano de Obama e a crise económica que por cá irá ficar alimentem muitos posts do Terra de Ninguém.