No dia 27 de Janeiro de 1945 as tropas soviética penetravam o suficiente pela frente leste para descobrirem o pedaço de terror que foi Auschwitz, o pedaço de inferno para o milhão de vidas que ali se esfumaram, sim digo bem, esfumaram-se porque o que restou delas foi o fumo que vinha das altas chaminés dos fornos crematórios. O fumo, esse fumo de cheiro nauseabundo e pestilento que durante anos cobriu os céus daquele canto da Polónia. E muitos foram os cantos da Polónia e do leste Europeu cobertos daquela nuvem de corpos, muitos foram os campos de concentração que se espalharam à velocidade da Fúria da Solução Final Nazi, à velocidade da fúria do mais cruel e assustador ódio. Quase tudo já foi dito sobre Auschwitz, quase todas as palavras de repulsa, de nojo, de incompreensão já foram ditas sobre o campo da morte, mas será dificilmente possível um dia em tantas palavras explicar toda a bestialidade sangrenta daqueles campos, toda a negra angústia que se sente ao ver as imagens ou as fotos do campo, ao ouvir os relatos e o recordar de tudo o que ali se passou.
Os resistentes de Auschwitz estão a morrer, é a lei natural, aqueles que não morreram no campo, morrem agora da velhice, já passou suficiente tempo para que os relatos vivos do que ali estupidamente se passou comecem a desaparecer. Resta-nos a memória, não uma memória vazia, mas uma memória presente, uma memória de lições sobre aquele tempo. Infelizmente tantas vezes isso não acontece, basta olhar para os Genocídios na ex-Juguslávia, para o banho de miséria do conflito étnico no Sudão, para entender que todas as palavras que escrevemos sobre Auschwitz parecem continuar a não ser suficientes para acordar o presente e evitar os novos Genocídios dos nossos dias.
Em Auschwitz morreu Anne Frank, morreu o fotógrafo Erich Sallomon, morreram tantos daqueles que muito fizeram e muitos daqueles que muito podiam ter feito, centenas de milhares de crianças morreram em Auschwitz, eram encaradas como sementes de futuro para povos que se queriam eliminar. Tantos anos passados resta-nos recordar a memória da sua vida breve. Desculpem se o tom deste texto foi mórbido ou excessivamente mordaz, mas seria díficil ser de outra forma.
Os resistentes de Auschwitz estão a morrer, é a lei natural, aqueles que não morreram no campo, morrem agora da velhice, já passou suficiente tempo para que os relatos vivos do que ali estupidamente se passou comecem a desaparecer. Resta-nos a memória, não uma memória vazia, mas uma memória presente, uma memória de lições sobre aquele tempo. Infelizmente tantas vezes isso não acontece, basta olhar para os Genocídios na ex-Juguslávia, para o banho de miséria do conflito étnico no Sudão, para entender que todas as palavras que escrevemos sobre Auschwitz parecem continuar a não ser suficientes para acordar o presente e evitar os novos Genocídios dos nossos dias.
Em Auschwitz morreu Anne Frank, morreu o fotógrafo Erich Sallomon, morreram tantos daqueles que muito fizeram e muitos daqueles que muito podiam ter feito, centenas de milhares de crianças morreram em Auschwitz, eram encaradas como sementes de futuro para povos que se queriam eliminar. Tantos anos passados resta-nos recordar a memória da sua vida breve. Desculpem se o tom deste texto foi mórbido ou excessivamente mordaz, mas seria díficil ser de outra forma.
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