quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Porque a qualidade de vida interessa.

Hoje no tribunal de Sintra decorreu mais um a secção dos julgamento que opõe a REN à freguesia do Monte Abraão na questão dos cabos eléctricos de alta tensão .A questão tem-se centrado no domínio da saúde, e este é sem dúvida um dos principias argumentos , a freguesia e os seus habitantes têm apresentado casos que consideram uma prova da forma como as radiações podem ter influencia sobre a saúde individual. Por sua vez a REN afirma que essa relação não é possível fazer, ou pelo menos esta era a sua versão, uma vez que a REN hoje já foi dizendo em tribunal que os potenciais danos para a saúde não justificam a suspensão da colocação destes cabos. Contudo este caso vai muito para além da mera questão de saúde, prende-se sobretudo acerca da forma como queremos promover e desenvolver o ordenamento do território. De que forma através da organização do espaço onde vivemos pode promover a nossa qualidade vida? Para além de uma questão de saúde, ninguém pode afirmar seriamente que acordar todos os dias e ver uns monos como os postes de alta tenção à sua frente poderá promover o bem-estar de alguém. O facto é que estamos a pagar o preço de durante anos termos sido mestres em construir sem fim, não tendo um único traço de ordenamento do território na cabeça. Sintra foi apenas mais um exemplo disto, e agora junto às casasv que por todo o conselho se foram construindo sem planeamento, começam a surgir os cabos de alta tensão, necessários para provir de energia às muitas centenas de milhares que foram enchendo descontroladamente os arredores de Lisboa.
Mas o país está carregado de exemplos de como facilmente se destrói a mínima concepção de harmonia do espaço, locais onde há tudo menos a promoção de um local equilibrado, cheios de atropelos de prédios em cima de viadutos,de postes encostados a janelas ou de prédios de 20 andares no meio de um enorme descampado. Mas durante anos o planeamento do território foi posto da gaveta, dos governos e das autarquias que para a sua sobrevivência financeira lá deixavam construir os mais escabrosos edifícios em qualquer cantinho que houvesse para o fazer. O retorno destes tempos está agora a chegar!

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