quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O peso de alegre e a maioria que Sócrates quer em 2009



Sócrates lá deu o seu tímido toque ao governo, sai Correia de Campos, o ministro que ainda no Sábado dizia ao Expresso que se sentia seguro no ministério, e Isabel Pires de Lima, uma autentica ministra fantasma deste governo, não se deu por ela a não ser quando teve a muito triste ideia de despachar Dalila Rodrigues do Museu Nacional de Arte Antiga, a directora do MNA que entre muito o que fez foi capaz de trazer, com um enorme sucesso, a magnífica colecção Rauh para o Museu. Sócrates teria provavelmente há muito uma remodelação na cabeça, ao seu estilo teria que ser discreta e no momento certo, e o momento escolhido foi o melhor, para Sócrates claro! Há conta da remodelação o país enterrou na areia o relatório sobre os voos da CIA para Guantanamo, um relatório que não poupa nenhum dos últimos governos, nem o actual, mostrando que alguns dos presos de Guantánamo, fizeram uma visitinha a Portugal antes de seguirem para a base norte-americana onde o direito internacional parece ser um oásis. Mas o anúncio da remodelação chegou mesmo por cima do discurso inflamado de António Marinho Pinto sobre a corrupção e a justiça, que coincidência! Mas sobretudo a remodelação chegou dias depois de Alegre ter começado a mostrar ainda mais publicamente o seu descontentamento com pasta da saúde, na manhã da remodelação ouvia Alegre dizer que poderia criar uma corrente dentro do PS contra a política de saúde. Uma cisão no PS seria verdadeiramente o que Sócrates menos desejaria, poderia não ameaçar a sua muito provável vitória em 2009, mas certamente tirar-lhe-ia a maioria absoluta, e Sócrates fará tudo para voltar a tê-la nas próximas eleições. Sócrates sabe que perder a maioria absoluta para o ano, é uma semi-vitória, num cenário destes como governaria? Com um estilo pouco dado a acordos parlamentares constantes com os outro partidos, como fez Guterres no primeiro e segundo mandato, o nosso engenheiro primeiro-ministro sabe que tal cenário criaria um travão enorme à sua agenda. Ainda para mais porque Sócrates de certeza que não se vê coligado com nenhum partido. Com o PCP seria um horizonte impossível, com o Bloco de Esquerda obrigaria a uma viragem à esquerda que seria a machadada no pragmatismo político do governo. À direita um acordo com o CDS seria quase impossível, pelo menos de ser aceite em muitos sectores do PS, seria interessante Sócrates e Portas no mesmo governo, uma bela parelha! É com tudo isto na cabeça que Sócrates começou a sua campanha eleitoral para 2009, à saída da tomada de posse dos novos ministros até falava aos jornalistas com um ar mais cândido, explicando muito calmamente que é preciso voltar a restaurar a confiança dos cidadãos no SNS. Que grande evolução!

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