Sócrates comunicou hoje, um dia depois de ter ido ao parlamento para o debate quinzenal (estranha coincidência), que o novo aeroporto de Lisboa será em Alcochete. Ao lado de um ministro Mário Lino mudo e que se limitava a abanar a cabeça em jeito de concordância, Sócrates apresentou a tão esperada e eterna decisão acerca do aeroporto. Desde os tempos do Marcelismo que andamos com esta história do aeroporto costas, tornámo-nos neste período especilaistas em acumular estudos e pareceres sobre localizações e infra-estrturas . Agora que este dossier parece estar, pelo menos ao nível da sua decisão, despachado não deixa de haver conclusões a retirar de toda esta novela. Em primeiro lugar esta é inquestionavelmente uma vitória de Cavaco, foi de facto o presidente que fez a pressão que faltava para que fosse realizado um último e final estudo que desse uma clara indicação para a decisão final. Contudo tal não faz esquecer o facto de todo este processo de decisão ter sido um perfeito exemplo de tudo aquilo que não se deve fazer, durante anos a fio fizeram-se estudos e estudos repetidos, sem uma conclusão final que pudesse finalmente ser avançada. Mais grave do que tudo, criaram-se restrições à construção na zona da Ota durante os últimos anos, com prejuízos inerentes ao desenvolvimento de uma zona que nos últimos tempos deverá ter vivido mais da especulação de terrenos do que de um real crescimento económico. Hoje não será difícil entender as caras macambúzias dos habitantes da Ota, esta foi uma zona economicamente adiada e em suspenso nos últimos anos.
Mas a decisão está tomada, e a verdade é que a opinião pública, tirando os municípios do Oeste, aceitou-a confortavelmente, algo que poderia não acontecer se a decisão tivesse sido a OTA . Este poderá ter sido um factor tido em conta por Sócrates, depois de dizer Não ao referendo e em ano pré-eleitoral, uma decisão pouco querida por parte da opinião pública poderia criar um problema desnecessário, um problema que certamente o primeiro ministro não quereria carregar.
No entanto para a história do dia de hoje para além da decisão, fica também a conferência de imprensa feita por Sócrates e por Lino, uma perfeita metáfora de como funciona o Governo. Sócrates é o chefe, o homem que apresenta as grandes decisões, a decisão à muito esperada, à qual até podemos chamar de consensual. Pelo contrário, Mário Lino é o ministro de boca fechada, que queimou a sua pele nos últimos meses quando insistia na opção Ota. O ministro nem sequer se defendeu quando interpelaram o primeiro-ministro sobre o tão famoso momento de Lino quando afirmou que a margem sul era o tal deserto onde “jamais jamais!” se construiria um aeroporto.
Com esta decisão e com o que parece ser também a proximidade do início da construção do TGV é importante que o país não se iluda ou que de repente esqueça que tem uma reforma estrutural da sua economia para fazer. O sector da construção esperava estas grandes obras do Estado há muito, são autênticos rebuçados para uma indústria que desde os megalómanos estádios de futebol não tem grande coisa com que se ocupar. Estas construções poderão reduzir o desemprego e até criar um relativo crescimento económico, mas não passarão de fenómenos conjunturais, que poderão, por pouco tempo, esconder a crise estrutural da economia. Muitos em período pré-elitoral poderão não resistir à a tentação de tentar esconder, com estas novas mega construções do Estado, os problemas económicos de fundo e de base que o país continua a ter e que inevitavelmente terá enfrentar.
Mas a decisão está tomada, e a verdade é que a opinião pública, tirando os municípios do Oeste, aceitou-a confortavelmente, algo que poderia não acontecer se a decisão tivesse sido a OTA . Este poderá ter sido um factor tido em conta por Sócrates, depois de dizer Não ao referendo e em ano pré-eleitoral, uma decisão pouco querida por parte da opinião pública poderia criar um problema desnecessário, um problema que certamente o primeiro ministro não quereria carregar.
No entanto para a história do dia de hoje para além da decisão, fica também a conferência de imprensa feita por Sócrates e por Lino, uma perfeita metáfora de como funciona o Governo. Sócrates é o chefe, o homem que apresenta as grandes decisões, a decisão à muito esperada, à qual até podemos chamar de consensual. Pelo contrário, Mário Lino é o ministro de boca fechada, que queimou a sua pele nos últimos meses quando insistia na opção Ota. O ministro nem sequer se defendeu quando interpelaram o primeiro-ministro sobre o tão famoso momento de Lino quando afirmou que a margem sul era o tal deserto onde “jamais jamais!” se construiria um aeroporto.
Com esta decisão e com o que parece ser também a proximidade do início da construção do TGV é importante que o país não se iluda ou que de repente esqueça que tem uma reforma estrutural da sua economia para fazer. O sector da construção esperava estas grandes obras do Estado há muito, são autênticos rebuçados para uma indústria que desde os megalómanos estádios de futebol não tem grande coisa com que se ocupar. Estas construções poderão reduzir o desemprego e até criar um relativo crescimento económico, mas não passarão de fenómenos conjunturais, que poderão, por pouco tempo, esconder a crise estrutural da economia. Muitos em período pré-elitoral poderão não resistir à a tentação de tentar esconder, com estas novas mega construções do Estado, os problemas económicos de fundo e de base que o país continua a ter e que inevitavelmente terá enfrentar.
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