Emídio Guerreiro, o que durante tanto tempo foi o decano da política portuguesa, disse uma vez que não há pior guerra que uma guerra civil, mais do que um país, divide famílias e grupos de amigos, cada um pondo-se num lado da barricada. Emídio Guerreiro sabia do que falava, ele próprio combateu ao lado dos republicanos na guerra civil espanhola, hoje mais de 70 anos depois a sociedade espanhola é profundamente marcada por aqueles anos 30 que despedaçaram o país e puseram Franco no poder os 40 anos seguintes. A Guerra Civil Espanhola é mais do que um marco na história espanhola, é um marco na história europeia, foi ali que se gerou o tubo de ensaio para a 2º Guerra Mundial, mas foi também um marco para a história do século XX Português. No conflito espanhol também se jogou o futuro de Salazar e do Estado Novo, a vitória falangista ou republicana significariam a certeza de Salazar num futuro mais ao menos confiante para o seu Estado cooperativo. Os republicanos no poder em Espanha seriam a base perfeita para a oposição portuguesa, a partir de lá poderiam combater o Salazarismo, ali muitas das figuras essenciais da primeira republica, viveram após a vitória republicana. Pelo contrário a vitória franquista significaria uma península sobre dois Regimes em muito semelhantes, um descanso para Salazar, para ele a vitória de Franco era o selo de garantia e de longevidade que ainda faltava ao seu recente criado Estado Novo. A Guerra Civil Espanhola nos anos 30 era um dos grandes assuntos em Portugal, de Lisboa seguiam jornalistas às dezenas para cobrir o conflito, a censura lá ia cortando o que queria tentando transmitir a confiança na vitória falangista. De fora dos jornais ficavam os relatos das matanças e das execuções cada vez que uma das partes tomava alguma cidade importante. E era deste terror que muitos espanhóis fugiam, à raia portuguesa chegavam espanhóis desesperados, fugiam das bombas falangistas, republicanas, alemãs, italianas que transformaram Espanha naqueles anos num país de guerra e de morte. Naquelas zonas raianas do Alentejo não faltaram certamente as populações que tentaram procurar esconder os refugiados, mas ao regime português interessava manter a fachada da neutralidade, muitos foram os que depois de passarem para o lado de cá acabaram por ser recambiados para Espanha, muitos deles entregues a um destino iverto.
Hoje, muitos anos passados da Guerra Civil, terminou mais uma cimeira ibérica, Sócrates diz que Portugal e Espanha nunca estiveram tão próximos, mas a verdade é que Portugal e Espanha na sua história, na sua evolução política estiveram sempre em caminhos semelhantes, caminhos que se foram sucessivamente cruzando. Hoje separa-nos o caminho do crescimento económico. Espanha ganha hoje um maior peso económico, político ou mesmo cultural, prova disso mesmo é o ascender nos dias de hoje do castelhano com língua universal. Talvez um dia também possamos voltar a apanhar este caminho, já que estivemos tão próximos em tantas ocasiões no passado, e a guerra civil espanhola foi apenas mais um exemplo disso.
Hoje, muitos anos passados da Guerra Civil, terminou mais uma cimeira ibérica, Sócrates diz que Portugal e Espanha nunca estiveram tão próximos, mas a verdade é que Portugal e Espanha na sua história, na sua evolução política estiveram sempre em caminhos semelhantes, caminhos que se foram sucessivamente cruzando. Hoje separa-nos o caminho do crescimento económico. Espanha ganha hoje um maior peso económico, político ou mesmo cultural, prova disso mesmo é o ascender nos dias de hoje do castelhano com língua universal. Talvez um dia também possamos voltar a apanhar este caminho, já que estivemos tão próximos em tantas ocasiões no passado, e a guerra civil espanhola foi apenas mais um exemplo disso.
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