quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Idade: a Cruz dos tempos Modernos

Francisco Van Zeller, o líder da CIP, disse há uns dias que o livro branco do código laboral não era tão flexível como os patrões desejariam. Sugestão de Van Zeller: criar, por exemplo, no novo código o de trabalho uma alínea em que se poderia despedir devido à necessidade de renovação do quadro de pessoal, um conceito um tanto vago, ou seja e daqui lê-se a suposta incapacidade do trabalhador de se adaptar às inovação das empresas e dos mercados.Infelizmente este é o pseudo-modernismo vincado nas nossas empresas, um modernismo que faz dos mais velhos individuos estúpidos, idiotas, e não há outro termo, incapazes de aprender seja o que for. Hoje parece que é pecado ter 50, os trabalhadores são rotulados de inadequados, de pouco adaptados às novas realidades. Mas Van Zeller diz isto, para não dizer as verdadeiras razões destes tais despedimentos, para as empresas é muito mais barato contratar recém-licenciados novos, vindos fresquinhos das faculdades do que pagar a empregados que já estão no activo há 20 ou 30 anos. A experiência destes trabalhadores, os anos de trabalho são jogados ao lixo e a estes resta a reforma excessivamente antecipada ou a perspectiva de um desemprego difícil de superar.
No fundo Van Zeller é mais um exemplo do país anacrónico que temos. Por um lado ouvem-se rasgados elogios há nossa esperança média de vida, mas por cima deste discurso de circunstância vem o discurso que saúde cara porque tem que tratar dos velhos, dos trabalhadores de meia-idade que são dispensáveis, do sistema de segurança social que não resiste a tantos anos de vida. é os novos tempos do mercado estuda-se até aos 30, trabalha-se até aos 50 e depois o trabalhador torna-se descartável, é o egoísmo no seu melhor!

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