O Colégio Militar é daquelas instituições supostamente sagradas que por muito estupidificada ou inadequada que esteja ninguém se atreve a mudar. No Domingo a reportagem da SIC (" Um Nó na Alma", do jornalista Pedro Coelho) veio mais uma vez provar que o Colégio Militar precisa, provavelmente, de uma profunda reformulação, esta é uma opinião que tenho de há muito e não se baseia somente na reportagem que vi no Domingo.
O Colégio Militar é um erro nos moldes sobre os quais está formatado neste momento , e não colhe o argumento que os pais são livres de colocar os seus filhos no tipo de ensino que desejam, têm esse direito, como Estado tem o direito e o dever, de por razões de bom senso, não oferecer determinados tipos de ensino. O problema do Colégio Militar é muito mais que um problema pedagógico, é um problema ético e moral muito mais abrangente e que reflecte a forma como as nossas forças armadas são vistas e como se encaram a si próprias. Quem analisa os valores do Colégio Militar de ali absorve sobretudo a referência dedicada à pátria e a disciplina grandemente hierarquizada, o que até poderia ser aplicado, a quem já tenha o mínimo de consciência sobre o papel da forças armadas, não a crianças de dez, onze ou doze anos, a quem duvido que o conceito de pátria ou a noção do papel da defesa na sociedade digam alguma coisa. Estas são crianças a quem se haja razoável dar uma baioneta para as mãos para desfilar numa qualquer parada, uma arma é mais do que um simples objecto, é um símbolo de um poder armado que jamais deve estar nas mãos de qualquer criança. Numa altura em que se discute tanta pedagogia nas escolas, onde ficou a pedagogia para o Colégio Militar?
Mas o problema do Colégio Militar é também o problema da instituição militar, hoje muitos olham para as forças armadas como o reformatório do país, o local para onde vão os meninos que não se sabem portar e muitos pais continuam a ver na disciplina militar a grande solução. Por seu lado não deixa de ser curioso ver os anúncios que as próprias forças armadas passam na televisão para cativar alunos, apresentam-se mais como um enorme parque de diversões, um grande campo de aventuras cheio de adrenalina. Todas estas situações, desde a forma como as forças armadas se promovem à forma como o Colégio Militar está organizado inferiorizam e não dignificam a instituição militar.
Posto tudo isto talvez fosse a altura de acabar com esta história dos tradicionalismos intocáveis, e entre outras coisas, discutir o futuro do Colégio Militar como instituição que não é uma mera disciplina cega e hierarquizada, mas sim um instituição que devia ser muito diferente e melhor do que é, onde jamais deveriam ser impostas condutas militares a meros miúdos!
Mas o problema do Colégio Militar é também o problema da instituição militar, hoje muitos olham para as forças armadas como o reformatório do país, o local para onde vão os meninos que não se sabem portar e muitos pais continuam a ver na disciplina militar a grande solução. Por seu lado não deixa de ser curioso ver os anúncios que as próprias forças armadas passam na televisão para cativar alunos, apresentam-se mais como um enorme parque de diversões, um grande campo de aventuras cheio de adrenalina. Todas estas situações, desde a forma como as forças armadas se promovem à forma como o Colégio Militar está organizado inferiorizam e não dignificam a instituição militar.
Posto tudo isto talvez fosse a altura de acabar com esta história dos tradicionalismos intocáveis, e entre outras coisas, discutir o futuro do Colégio Militar como instituição que não é uma mera disciplina cega e hierarquizada, mas sim um instituição que devia ser muito diferente e melhor do que é, onde jamais deveriam ser impostas condutas militares a meros miúdos!
A reportaem ainda não está disponível no sapo mas pode ser vista por trechos neste sítio do you tube
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