Gilberto Madaíl, esse visionário do desenvolvimento e do crescimento económico, brindou-nos ontem com uma proposta no mínimo lunática. Vejamos: Portugal gastou uma pequena fortuna na construção dos Estádios do Euro, com a promessa que tal seria um impulso decisivo para o turismo do país. O impulso nunca veio e ficámos com os Estádios, como o interessante caso do Estádio do Algarve, um perfeito mamarracho, sem uso, sem utilidade a não ser para um ou dois concertos no Verão, um desperdício portanto! Como foi um desperdício o investimento em muitos outros estádios, que endividaram autarquias em demasia, e que hoje, nos jogos de futebol, não têm propriamente multidões para os encher. Face a este cenário e de forma a render o investimento que nos propõe a federação? Organizar o Mundial de 2018 juntamente com os vizinhos Espanhóis, ou seja proposta da Federação é a seguinte: para tapar alguns dos maus investimentos feitos para o Euro a solução é o país gastar de novo os seus não muito abundantes recursos num mega-evento desportivo.
Pode usar-se o argumento que o investimento nãos seria muito, pois o estádios já estão construídos, contudo importa lembrar que o tal Mundial a ser organizado, e espero que não o seja, seria daqui a dez anos, e em dez anos os estádios existentes desgastam-se e então aí lá apareceriam os fanáticos do futebol a pedir umas obrazitas para os seus palcos desportivos.
Pode usar-se o argumento que o investimento nãos seria muito, pois o estádios já estão construídos, contudo importa lembrar que o tal Mundial a ser organizado, e espero que não o seja, seria daqui a dez anos, e em dez anos os estádios existentes desgastam-se e então aí lá apareceriam os fanáticos do futebol a pedir umas obrazitas para os seus palcos desportivos.
Mais grave que isto é ver, e desculpem a expressão, a lata com que Gilberto Madaíl faz esta proposta, numa altura em que o país faz o esforço financeiro óbvio, num momento em que já se percebeu que os benefícios que o Euro nos trouxe foram efémeros e o tempo já os levou, como é possível apresentar uma proposta destas? Será que não passa pela cabeça de Gilberto Madaíl que Portugal tem áreas muito mais estruturantes em que gastar o seu mísero dinheiro. Com uma Educação em que parece que é preciso passar alunos à força porque não há dinheiro para os ter na escola, com um SNS em que se fecham serviços no interior por alegada falta de recirsos aparecem estas personagens a fazer propostas deste género! Não é demagogia o que digo, demagógicas e imorais são estas propostas da Federação.
Provavelmente o mundo do futebol português ainda não interiorizou que Portugal não é a futebolândia e que não precisamos de mais uma mega-evento que venha em versão de logro servido em forma de pastilhas de entusiasmo, peseudo-patriotismo e histeria colectiva que demora uns meses e depois acaba. O mal é que o entusiasmo vai e fica a factura para pagar e o balanço e contas para fazer.
Provavelmente o mundo do futebol português ainda não interiorizou que Portugal não é a futebolândia e que não precisamos de mais uma mega-evento que venha em versão de logro servido em forma de pastilhas de entusiasmo, peseudo-patriotismo e histeria colectiva que demora uns meses e depois acaba. O mal é que o entusiasmo vai e fica a factura para pagar e o balanço e contas para fazer.
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