Foto de Josepf Koudelka. Criança em Lisboa, no distante ano de 1975
Nestes últimos dias o país voltou a descobrir o seu lado miserável, a miséria escondida de um Portugal que um dia julgou que enriquecera, mas afinal não, afinal mantinha e mantém o drama estrutural da desigualdade, um drama que não ultrapassa. Parece que a nossa especialidade é mais sermos ultrapassados que ultrapassar o que quer que seja, Portugal é o mais desigual dos países numa Europa carregada de novos Estados que não recebem, como nós, fundos comunitários há 20 anos. Vivemos em extremos, entre os muito ricos e os muito pobres, no meio uma classe média a mingar que sustém o Estado.
Um país que tem 20% de crianças pobres só pode dizer que teve um crescimento social zero nos últimos anos. Como país poderíamos pensar que a melhor forma, a longo prazo, de tirar toda esta gente da pobreza era dar-lhe educação, educação séria, dar a estas crianças as ferramentas para saírem da miséria, para verdadeiramente saírem do fundo da pirâmide. Mas não, a Educação do sucesso que tanto se apregoa é a educação da falsa inclusão, dando-lhes o 9ª ou o 12ª ano à pressa. Este é o sistema que cria ilusões, ilusões a miúdos que assim jamais poderão sair do risco de pobreza em que já se encontram.Lisboa parece ser a metáfora deste país, a cidade dos velhos e do outro lado dos mais endinheirados que podem pagar o metro quadrado no centro da cidade. Não é difícil adivinhar que Lisboa está velha, basta abrir os olhos. Ontem enquanto caminhava em Campo de Ourique de manhã contava pelos dedos de uma mão o número de pessoas aparentemente jovens que vi, o perfeito sinal de uma cidade que vai ficando abandonada. Como abandonados estão estes velhos, entregues a si próprios entregues à pobreza escondia, de rotinas agarradas aos tostões para sobreviver, não para viver verdadeiramente. Não, este não é um exagero, é a pura das verdades, por mais que custe a ouvir a um país que teima em ser desigual, injusto e pobre.
Um país que tem 20% de crianças pobres só pode dizer que teve um crescimento social zero nos últimos anos. Como país poderíamos pensar que a melhor forma, a longo prazo, de tirar toda esta gente da pobreza era dar-lhe educação, educação séria, dar a estas crianças as ferramentas para saírem da miséria, para verdadeiramente saírem do fundo da pirâmide. Mas não, a Educação do sucesso que tanto se apregoa é a educação da falsa inclusão, dando-lhes o 9ª ou o 12ª ano à pressa. Este é o sistema que cria ilusões, ilusões a miúdos que assim jamais poderão sair do risco de pobreza em que já se encontram.Lisboa parece ser a metáfora deste país, a cidade dos velhos e do outro lado dos mais endinheirados que podem pagar o metro quadrado no centro da cidade. Não é difícil adivinhar que Lisboa está velha, basta abrir os olhos. Ontem enquanto caminhava em Campo de Ourique de manhã contava pelos dedos de uma mão o número de pessoas aparentemente jovens que vi, o perfeito sinal de uma cidade que vai ficando abandonada. Como abandonados estão estes velhos, entregues a si próprios entregues à pobreza escondia, de rotinas agarradas aos tostões para sobreviver, não para viver verdadeiramente. Não, este não é um exagero, é a pura das verdades, por mais que custe a ouvir a um país que teima em ser desigual, injusto e pobre.
Sem comentários:
Enviar um comentário