As contas saíram furadas a Sócrates, na sua cabeça estava uma legislatura partida em dois, uma primeira parte com aquele durão, com cara de moralizador e que achava que só sabia fazer reformas se chamasse aqueles de corporação ou aos outros de privilegiados. Para a segunda parte estava o Sócrates despido de animal feroz e que alimentaria o ano que faltaria para as eleições com os pormenores palpitantes da sua cura antitabágica. Ou seja ganhar votos à direita na primeira parte e tentar estancar a perda de votos à esquerda na segunda.
Mas o crescimento económico e o horizonte de grandes melhorias desapareceram e o petróleo passou dos 100 aos 130 dólares no espaço de um bafo de Sócrates no seu cigarro.
Mas o PS robotizado dos aplausos no parlamento reserva lá ao canto uma voz que definitivamente não se cala, e ainda bem! Alegre aparece no momento exacto, politicamente aqueles que ainda acreditavam numa réstia de esquerda do PS estão mais desiludidos que nunca, e a esperança no que está e no que virá é cada vez menor. Mas Alegre e a sua aproximação a Louçã, aos renovadores comunistas e à Esquerda Independente não é só fruto dos tempos, lendo o texto que serve de arranque para o comício de 3 de Junho está lá a referência muito daquilo que Sócrates menospreza: a corrupção, basta lembrar como os projectos de Cravinho foram para o caixote do lixo, a crise social que para o governo é uma miragem e a política externa do jogging que acha a passagem de aviões rumo a Guantanamo pelo espaço aéreo português uma coisa normal. Os princípios estão lá, e tocam no ponto principal: as desigualdades cada vez maiores. Portugal é o país dos pobres, mas é e cada vez mais o país das classes médias que não existem, e que deveriam ser a base de um país minimamente equilibrado.
Face a isto o que é que Sócrates tem para dizer? Que isso das desigualdades é mentira, e que agora os 900 mil portugueses que viviam com menos de dez euros por dia há 3 ou 4 anos atrás são agora uma irrealidade. Mais, convenceu-se que está rodeado de gente ignorante, só isso pode explicar a falta de elegância com que Sócrates veio hoje dizer que Soares foi levado ao engano pelos números da desigualdade, como se Soares fosse incapaz de entender o que se passa à sua volta. Há frases demasiadamente más para ser verdade e esta de Sócrates é uma delas.
Mas o crescimento económico e o horizonte de grandes melhorias desapareceram e o petróleo passou dos 100 aos 130 dólares no espaço de um bafo de Sócrates no seu cigarro.
Mas o PS robotizado dos aplausos no parlamento reserva lá ao canto uma voz que definitivamente não se cala, e ainda bem! Alegre aparece no momento exacto, politicamente aqueles que ainda acreditavam numa réstia de esquerda do PS estão mais desiludidos que nunca, e a esperança no que está e no que virá é cada vez menor. Mas Alegre e a sua aproximação a Louçã, aos renovadores comunistas e à Esquerda Independente não é só fruto dos tempos, lendo o texto que serve de arranque para o comício de 3 de Junho está lá a referência muito daquilo que Sócrates menospreza: a corrupção, basta lembrar como os projectos de Cravinho foram para o caixote do lixo, a crise social que para o governo é uma miragem e a política externa do jogging que acha a passagem de aviões rumo a Guantanamo pelo espaço aéreo português uma coisa normal. Os princípios estão lá, e tocam no ponto principal: as desigualdades cada vez maiores. Portugal é o país dos pobres, mas é e cada vez mais o país das classes médias que não existem, e que deveriam ser a base de um país minimamente equilibrado.
Face a isto o que é que Sócrates tem para dizer? Que isso das desigualdades é mentira, e que agora os 900 mil portugueses que viviam com menos de dez euros por dia há 3 ou 4 anos atrás são agora uma irrealidade. Mais, convenceu-se que está rodeado de gente ignorante, só isso pode explicar a falta de elegância com que Sócrates veio hoje dizer que Soares foi levado ao engano pelos números da desigualdade, como se Soares fosse incapaz de entender o que se passa à sua volta. Há frases demasiadamente más para ser verdade e esta de Sócrates é uma delas.
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