Passou um ano sobre o início da novela Madeleine. Não é difícil perceber o porquê da paixão por esta história, os condimentos estão lá todos. Um casal apaixonado, uma família perfeita, as férias ideais, os dias maravilhosos interrompidos pelo desaparecimento da pequena filha. É difícil não nos sentirmos próximos de uma história destas, a imprensa inglesa não resistiu ao drama e serviu de rampa de lançamento para lançar a cara de Madeleine no mundo.
Madeleine e o seu desaparecimento tornou-se um produto de consumo para grandes massas, um produto de criação de sentimentos nos que ouviam, liam, e viam tudo o que se passava na praia da luz, durante meses tudo o que se passava no caso era devorado até à última migalha. E tantas vezes o que havia para devorar eram mesmo meia dúzia de migalhas, o caso era arrastado infinitamente sem que nada se passasse, mas mesmo assim lembro-me da Sky News ou das televisões portuguesas abrirem espaços especiais de informação, últimas horas, Breaking News cada vez que os pais se mexiam dois metros, cada vez que a porta da PJ se abria, o mais ridículo dos acontecimentos era elevado à condição de informação de primeira linha.
Mas os produtos de consumo eufórico são também aqueles que por vezes se esvaziam mais depressa e apesar de tudo Maddie foi-se evaporando como notícia, o espectador, o leitor e o ouvinte substituiu-a por uma outra qualquer outra história dramática, por uma Mariluz ou por um pai austríaco tresloucado. Maddie não foi encontrada, rios de dinheiro, tinta e horas foram gastos e o horizonte da novela acabar é nenhum, mas pelo meio todas as barbaridades foram ditas e escritas. Enquanto os pais estavam no colo da imprensa eram as vítimas britânicas, mal mudou o cenário tudo foi dito e feito, desde ir investigar o passado universitário de Kate McCann, até se invadirem as televisões de criminologistas e psicanalistas de algibeira, todos tinham a sua opinião, e todos achavam que conseguiam descortinar os sentimentos dos pais vendo-os pela televisão. Nasceram as mais diversas teorias platónicas, primeiro que a mãe vertia poucas lágrimas, choro que é essencial para qualquer tablóide mixuruco, apareceram até aqueles que afirmavam que a mãe era culpada, pelos olhos, pelas mãos ou pela curvatura das pestanas que apresentava. O ridículo no seu auge! Ajudar pais não é tornar tudo isto num circo que nós adorámos consumir, circo que os próprios pais ajudaram a montar. Fica a lição para o futuro.
Madeleine e o seu desaparecimento tornou-se um produto de consumo para grandes massas, um produto de criação de sentimentos nos que ouviam, liam, e viam tudo o que se passava na praia da luz, durante meses tudo o que se passava no caso era devorado até à última migalha. E tantas vezes o que havia para devorar eram mesmo meia dúzia de migalhas, o caso era arrastado infinitamente sem que nada se passasse, mas mesmo assim lembro-me da Sky News ou das televisões portuguesas abrirem espaços especiais de informação, últimas horas, Breaking News cada vez que os pais se mexiam dois metros, cada vez que a porta da PJ se abria, o mais ridículo dos acontecimentos era elevado à condição de informação de primeira linha.
Mas os produtos de consumo eufórico são também aqueles que por vezes se esvaziam mais depressa e apesar de tudo Maddie foi-se evaporando como notícia, o espectador, o leitor e o ouvinte substituiu-a por uma outra qualquer outra história dramática, por uma Mariluz ou por um pai austríaco tresloucado. Maddie não foi encontrada, rios de dinheiro, tinta e horas foram gastos e o horizonte da novela acabar é nenhum, mas pelo meio todas as barbaridades foram ditas e escritas. Enquanto os pais estavam no colo da imprensa eram as vítimas britânicas, mal mudou o cenário tudo foi dito e feito, desde ir investigar o passado universitário de Kate McCann, até se invadirem as televisões de criminologistas e psicanalistas de algibeira, todos tinham a sua opinião, e todos achavam que conseguiam descortinar os sentimentos dos pais vendo-os pela televisão. Nasceram as mais diversas teorias platónicas, primeiro que a mãe vertia poucas lágrimas, choro que é essencial para qualquer tablóide mixuruco, apareceram até aqueles que afirmavam que a mãe era culpada, pelos olhos, pelas mãos ou pela curvatura das pestanas que apresentava. O ridículo no seu auge! Ajudar pais não é tornar tudo isto num circo que nós adorámos consumir, circo que os próprios pais ajudaram a montar. Fica a lição para o futuro.
Sem comentários:
Enviar um comentário