segunda-feira, 12 de maio de 2008

A memória muito curta.

Já aqui falei do assunto, mas há de facto coisas que são difíceis de ouvir e de compreender. Cavaco encontrou-se hoje com umas juventudes partidárias, num segundo acto do discurso que já tinha feito no 25 de Abril. Não é que a preocupação com a cultura dos jovens ou falta dela não seja uma preocupação importante, mas é difícil colar esta imagem a Cavaco, que parece que agora se metamorfoseou, há um Cavaco primerio-ministro do antigamente e há um Cavaco presidente do presente . O Cavaco primeiro-ministro não gostava de ler jornais, ou pelo menos fazia gala disso, não punha os pés no parlamento e mandou o partido às urtigas porque não estava para a vida partidária, dez anos depois Cavaco descobriu que afinal a vida política tem outro encanto que o agora presidente desconhecia.
Mas se há uma tão grande preocupação com a cultura democrática dos jovens e a sua cultura política, talvez seja bom lembrar que Cavaco teve também uma política de Educação e que há frente dessa mesma política esteve, a agora salvadora do PSD Manuela Ferreira Leite, que numa recente entrevista disse que esta política de Educação de Sócrates recupera decisões suas que foram suspensas depois da sua saída do ministério. Ou seja foi de facto nos governos de Cavaco que se acentuou o sistema educativo com os resultados que temos, um sistema que se mantém com os tais resultados que agora Cavaco não gosta de olhar. A responsabilidade política e o meia-culpa não custam e seriam uma atitude mais séria e frontal de análise do problema.
Como também não sei se a realidade é tão negra, redutora e literal com Cavaco a tenta mostrar, há um problema, mas a falta de participação e de interesse político não pode ser analisado por si, como se fosse o início e o fim da realidade.

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