segunda-feira, 31 de março de 2008
O vídeo que não sai do ar
sábado, 29 de março de 2008
Mugabe: a melhor forma de destruir um país
Os festejos pelos 20% de IVA
Mas há um outro preço que começará a ser verdadeiramente pago daqui a largos anos. Afirma-se que a Segurança Social está equilibrada, e apetece perguntar quais serão os valores da reforma dos Portugueses daqui a 20 anos? Que percentagem do ordenado é que os portugueses poderão ter na sua reforma? A verdade é que os cortes nas reformas ainda estarão para chegar, o sistema ganhou tempo de vida, mas o problema de fundo não desapareceu e passa por saber se o Estado é ou não é capaz de dar valores de reforma condignos quando alguém se reformar. A nós que há quase 10 anos andamos com a palavra défice no vocabulário resta também saber se algum dia os impostos voltarão ao que foram, porque aumentar impostos não custa, mas diminuir e desabituar destas receitas é verdadeiramente difícil, é uma dependência que custa a passar, e não esqueçamos que antes do IVA ser 19% foi em tempos já afastados de 17% e que em Espanha, onde muitos vão atestar o depósito, é de 16%.
Mas isto agora parece não interessar nada e lá vamos vendo Sócrates a lançar os seus pequenos festejos.
As eleições continuam, com uns delírios de Clinton à mistura
Bruni: A nova estrelinha de Sarkozy
quinta-feira, 27 de março de 2008
Darfur: o Genocídio que continua (2)
Darfur: o Genocídio que continua
quarta-feira, 26 de março de 2008
Quando emergem novas economias
terça-feira, 25 de março de 2008
Cultura com portas mais abertas
E devemos admitir que o Museu Berardo é um belo exemplo de abertura cultural. Quer se goste ou não goste do que está lá exposto, ou mesmo afirmando que o museu é particularmente dominante no CCB, o que não digo que não seja verdade, deverá reconhecer-se que o Museu em termos de entradas é um sucesso, já lá vi todo o tipo de pessoas, para além do mais trouxe a zona de exposições para o centro do CCB, hoje aquele é, mais do que nunca, um espaço de passagem e de paragem em Belém.
Obviamente que isto não se faz há borla, mas é o preço de abrir uma parte da cultura ao país. Mas mesmo agora em que pagamos as entradas, o que temos é, por exemplo, um Museu de Arte Antiga que há bem pouco tempo tinha alas fechadas porque parece que ninguém quer pagar seguranças. Abrir os museus ao público não é uma medida que possa ser qualificada de pontual ou inconsequente, é algo muito mais significativo do que se possa pensar, para que as visitas de muitos museus e monumentos não sejam sempre, só e apenas os mesmos portugueses ou os ocasionais turistas que por cá passam.
4000
A coscuvilhice é muito feia
sábado, 22 de março de 2008
Pessoa na voz de Jô Soares
Só há bem pouco tempo deram-me a ouvir esta fantástica declamação de Jô Soares de um poema de Alváro de Campos. Fica como sugestão neste dia mundial da poesia.
Esquecimentos evitáveis
Parece que ninguém se lembrou de na morte de Galvão de Melo decretar luto nacional, como também ninguém se havia lembrado na morte de Maria de Lurdes Pintasilgo ou na de Sophia de Mello Breyener. Siceramente não vejo isto como uma comichice minha, se o luto nacional existe convém que seja decretado nos momentos em que seria exigido que o fosse. Obviamente que nenhuma destas figuras fica diminuída por não ter sido decretado luto nacional na sua morte, nenhuma destas figuras perde a sua importância histórica, mas esta é uma atitude do mais condenável esquecimento quando se ignora figuras que influenciaram a vida do país. Mais grave do que tudo parece que o luto nacional parece ser usado sem critério, muitas vezes seguindo apenas as reacções populares.
Talvez começasse a ser altura de aplicar com algum bom senso o luto nacional, que sobretudo revela o mínimo de respeito e de cultura histórica do um país que se quer com memória.
5 anos depois
A Guerra no Iraque ensinou-nos que muito ainda temos a aprender sobre aquela zona, que ainda a conhecemos mal e isso ajuda a que 5 anos depois da invasão continuamos sem saber que será do futuro da região, dúvidas que não desaparecem com a perspectiva de mudança de rostos na Casa Branca. John McCain quer ficar no Iraque indefinidamente, o que é duvidosamente sustentável ou sequer aceitável pelos Iraquianos, por sua vez os democratas pretendem começar a retirar do território, restando saber se o Iraque ainda fragilizado aguentará a saída das tropas ocidentais.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Melhores que no passado mas longe daquilo que desejamos ser
Apesar de presentes na nossa memória a realidade daqueles portugueses já nos parece distante, longe daquilo que somos, diferente da forma como vivemos. Mas a verdade é que tal como nesse tempo continuamos distantes daqueles com os quais queremos partilhar a Europa, continuamos distantes dos modelos de desenvolvimento que ainda queremos alcançar, e quererá isso dizer que estamos na mesma? Não, definitivamente vivemos melhor do que vivíamos há 30 ou 40 anos, as barracas deixaram de ser um horizonte constante nas cidades, a educação (mal ou bem) massificou-se, a saúde tem, apesar de muito a criticarmos, resultados concretos: morrem menos crianças, vivemos mais do que nunca. Em geral podemos dizer que temos hoje acesso aos serviços públicos que não tínhamos há algumas décadas atrás, temos acesso às mínimas condições de vida que não faziam parte do quotididano de muitas famílias. Mas a verdade é que viver com o mínimo necessário não é viver bem nem viver com conforto, não é criar uma classe média forte, instruída que seja o núcleo do país onde vivemos. E é definitivamente aqui que continuamos longe dos modelos que ainda queremos alcançar, somos socialmente melhor, mas estagnámos nos mínimos. Muitas das franjas do país ganham ordenamos mínimos, educamos com resultados mínimos, crescemos economicamente por valores mínimos. E de certeza que não é dos mínimos que conseguiremos vencer nesta realidade verdadeira e tão apregoada do “mundo concorrencial e globalizado”.
Da mesma forma que conseguimos saltar do país que vivia mal para o país que vive remediado, talvez um dia também possamos saltar do país de hoje para o país europeu que há anos tentamos ser.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Que pensar de tudo isto?
Mas este vídeo deverá servir para tirarmos duas conclusões importantes para compreender muito do que se passa hoje na escola. Em primeiro lugar há um problema de disciplina importante a ultrapassar, e com isto não digo que os alunos andem todos ao murro e à estalada dentro da sala de aula, e este caso que hoje veio a público deve ser encarado como um acto grave e até certo ponto extremo, pelo qual muitos professores, felizmente, não passaram. Mas o problema da disciplina nas salas de aula não se limita a estes casos de violência, a indisciplina passa hoje sobretudo pela desatenção constate de muitos alunos, da falta de interesse total que acaba por gerar contínuas perturbações da aula, numa atitude desrespeito não só para com o professor, mas para com os restantes colegas. Para fazer face a estes comportamentos é de facto necessário disciplina, e não há de ter medo da palavra, ela não representa automaticamente saudosismo do velho professor da instrução primária que gostava de se impor à reguada. Aliás este foi um dos grandes erros, passamos de um extremo a outro, caindo no conceito que o aluno é sempre a vítima, o eterno bom selvagem, criando aquela falsa ilusão que por muitas asneiras que faça o aluno é sempre um protegido. Não houve a capacidade de entender que a disciplina é necessária, uma vantagem para professor e aluno tornarem as aulas produtivas, mais do que disciplina a base deve ser um respeito mútuo, uma consideração entre professores e alunos, e neste caso manifesto a falta de consideração pela professora é mais do que evidente.
Mas este caso mostra algo mais profundo e complexo. À escola cabe ensinar, transmitir conhecimentos, também passar valores, mas há hábitos de comportamento e de postura mínimos e indispensáveis que num 8º, 9º ou 10 º ano espera-se que estejam consolidados, e esses hábitos têm que ser trazidos e transmitidos essencialmente pelos pais, aliás é a eles que cabe esta função. A verdade é que à demissão dos pais tentou-se passar estas responsabilidades para a escola. Começou a olhar-se para os estabelecimentos de ensino como a fonte de resolução de muitos dos problemas educacionais, e não só, dos seus alunos. Para além de se cometer este erro monumental que foi passar para a escola muito do trabalho que não é seu (mas em primeiro lugar dos pais) criou-se a falsa ideia que a escola é capaz (por exemplo em bairros problemáticos) de trabalhar sozinha sem qualquer rede de apoio à sua volta, resolvendo todos os problemas que gravitam em seu torno e que os alunos acabam por trazer.
O resultado de tão lunática ilusão está à vista, a escola não tem capacidade de por si só resolver tudo o que nela vem desaguar, a escola pode ajudar nesta tarefa, mas sem estrutura de suporte tal não é possível. Ao mesmo tempo foi-se criando na mente de alguns pais a noção que o professor é que é o mau, o chato, gerando uma antipatia transmitida aos filhos que depois chegam à escola e sentem-se legitimados para ter atitudes como esta para com os professores. Muitos pais continuam divorciados da vida escolar, não encarando como um problema o insucesso escolar dos seus filhos. E esta é também uma das causas culturais base para o crónico insucesso escolar português.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Dia do pai
Confesso que não sou grande fã destes pseudo dias do pai que sempre me pareceram mais uma forma de fazer vender mais umas quantas prendas. Ao menos que o dia do pai sirva para lembrar grandes momentos de cinema, como este belíssimo trecho do filme The Kid de Chaplin, bem dentro do espírito paternal do dia.
terça-feira, 18 de março de 2008
Quando os debates eram outros
Quando o impensável acontece
segunda-feira, 17 de março de 2008
A ilusão da falsa riqueza (actualizado)
Revolta no topo do mundo
“Into the wild”
Há dias fui levado a ver a mais recente fita de Sean Penn como realizador. Não conhecia o filme, só depois de o ter visto é que descobri que tinha tido duas nomeações para os Óscares, talvez este desconhecimento se entenda pelo incompreensível facto do filme só estar em 2 ou 3 salas em Lisboa.
Para quem ler a sinopse esta obra parecerá a repetição do eterno cliché do filho que sai de casa dos pais deambulando por caminhos sem fim não tendo poiso onde parar. No entanto resumir o filme desta fora torna-o redutor e não mostra, nem por perto, a enorme beleza da fita. Baseado na história verídica de Christopher McCandless, um jovem de aparente de sucesso que certo dia corta com a família e com as raízes e mergulha, sem um tostão no bolso, na Natureza da América, nas paisagens imensas, que só uma excelente realização nos consegue transmitir. É uma metáfora do regressar à natureza no seu estado mais puro, mas esta figura: Christopher McCandless, agora transformada pelo próprio em Alexander o Super Vagabundo (personagem interpretada brilhantemente por Emile Hirsch ) deixa-nos o constante dilema se será ele apenas mais um idealista sem rumo à procura de algo, algo que nem ele próprio sabe o que é, ou um sonhador consciente que deseja apenas procurar a natureza que apenas imaginava nos romances que devorava.
Sem querer, ou talvez não, no turbilhão da acção em torno da personagem principal acabamos por cair num retrato doce da América a vir para os anos 90, cheia dos seus hippies falhados, dos primeiros piratas de Atenas de satélite, dos velhos veteranos que começam a desaparecer e a ficar definitivamente sós. Uma intensidade dramática medida cuidadosamente e que acaba por chutar para o espectador muitas das emoções do filme.
Um filme com um texto brilhante acompanhado da excelente banda sonora de Eddie Vedder, tornando o fundo sonoro tão bom como as imagens que o acompanham. Imperdível!
O Courrier de cara lavada
sexta-feira, 14 de março de 2008
Com o guião bem estudado!
Mas não há encenação que não tenha o seu pequeno deslize, nesta foto bem apanhada pelo Zero Conduta o relógio do café onde Sócrates toma o pequeno-almoço marca 11:00 da manhã. Acreditando que o nosso primeiro-ministro não é preguiçoso nem começa o seu dia esta hora, o que seria estranho para alguém que bramiu tanto nos últimos anos contra os "privilegiados", ficamos com a sensação que os dois café matinais de Sócrates foram um bela teatrada para a câmara filmar.
Se de facto tudo isto não passou de um show a SIC torna-se conivente na montagem de uma ideia falsa que Sócrates queria transmitir. Será aceitável que quem montou a reportagem juntamente com o primeiro-ministro criem este espectáculo para grande consumo? Se isto é informação, então não passa de má informação!
quarta-feira, 12 de março de 2008
A morte do Veterano
Um cartaz infeliz!
A maquilhagem azul pouco ajuda
As palavras do porta-voz .
O PS está há um mês a comemorar os três anos de governo e ontem voltou a fazê-lo na sede, sendo que Vitalino Canas nos ofereceu mais uma das suas substantivas frases afirmando que se fizerem “muitas coisas bem”, e por isso não se deve “perder tempo” com o que correu mal. A frase é de um bom senso questionável, Vitalino Canas poderia dizer que o governo fez coisas mal, mas não diz que o PS nem pensa nelas, é de um ego inchado sem nome, é de uma imodéstia assustadora e mais mostra a reverência do PS ao seu líder, uma reverência cega, Vitalino Canas parece daqueles meninos deslumbrados, caindo na negação e na racionalidade política.
O PS esquece-se de um pormenor, Sócrates um dia passará e terá que chegar alguém para o seu lugar, o PS não entende isto, meteu na cabeça que apoiar o governo é não discutir nada do que se passa no seu interior, no fundo tornar-se um partido que apenas vota favoravelmente as propostas governativas que lhe chegam ao parlamento. Só que o partido adormecido de agora pode ser um partido muito difícil de acordar quando chegar a altura de mudar de ciclo, mesmo que esse cenário ainda esteja longe.
sábado, 8 de março de 2008
O velho discurso que os outros são todos comunistas
Mas a juntar a tudo isto tivemos a mais recente pérola do Ministro dos Assuntos Parlamentares, ou melhor o Ministro da Politiquice do Governo. Confesso que em três anos raramente ouvi Augusto Santos Silva fazer uma declaração com alguma substância, sempre que oiço a sua voz está a comentar uma qualquer querela política insignificante. Já lhe conhecíamos a frase do “Jornalismo de Sarjeta”, mas agora sabemos que Augusto Santos Silva voltou aquele pensamento doutros tempos. Nos primeiros anos do Estado Novo quem era contra a situação era automaticamente comunista, agora parece que quem é contra o governo de Sócrates são também apenas e só comunistas. Estas declarações mostram como o PS parece que quer combater a rua directamente, mais comete a asneirada política (falta saber quem teve esta ideia iluminada) de responder à rua com comícios, visto que uma semana depois do mega protesto dos professores há para o próximo fim-de-semana um encontro de rua do PS marcado para o Porto.
Há de facto uma tensão crescente no país, um frente a frente bem simbolizado pela cena de ontem de um Ministro que dizia umas atoardas aos jornalistas contra os manifestantes que estavam do outro lado da rua. Chamar fascista ao ministro é despropositado, mas a reacção de Augusto Santos Silva é de um ridículo que seria no absolutamente evitável.
Impressionante! (Actualizado)
As declarações da Ministra só têm inflamado ainda mais os sentimentos destes milhares de professoras. Talvez o Ministério não saiba mas têm havido dezenas e dezenas de reuniões em cada escola, muitos professores têm passado horas a fio a analisar o decreto de lei. Como pode Maria de Lurdes Rodrigues dizer que os docentes não conhecem o decreto da avaliação? Os professores já o leram e já o analisaram vezes sem conta. Mais, a Ministra da Educação diz que não há opção para o país, mas o modelo de avaliação proposto é o único que existe no mundo? As soluções que têm sido encontradas pelo Ministério não têm alternativa? É o dogmatismo na sua veia mais pura, demagógica e falaciosa.
Quando hoje cheguei aos Restauradores, vindo da Avenida da Liberdade olhei para trás e perdia-se do olhar o fim da manifestação, olhava para frente e observava um mar de professores que invadia a baixa. Será que tudo isto é assim tão insignificante?
quarta-feira, 5 de março de 2008
E agora?
O grande tema da campanha promete continuar a ser a Economia, um tema que já foi central no Ohio, e alguma da discussão vai continuar a girar em torno das maiores ou menores simpatias que Hillary e Obama têm pela NAFTA (uma acordo comercial entre o Canadá os EUA e o México).
Nos dados desta equação eleitoral uma das variáveis já é conhecida, John McCain é o candidato Republicano, veremos se tem capacidade de aproveitar a indefinição que ainda há do lado Democrata e começa já a ganhar votos. Para já McCain tem a questão Bush para resolver, o apoio do actual presidente é incontornável, Mccain até o agradece para lhe colocar os créditos conservadores que muitos dizem que ele não tem. Mas o agora candidato republicano terá que gerir a distância em relação a Bush, uma demasiada proximidade ao actual presidente poderá custar-lhe muitos votos ao centro. Ao contrário do que alguns esperavam, as eleições primárias continuam, para já do lado democrata, sem fim à vista.
terça-feira, 4 de março de 2008
O eterno conflito
Enquanto tudo isto acontecia no fim-de-semana voltei a abrir no livro Onze Noites em Jerusalém do Pedro Paixão e encontrei este texto do poeta Moshe Benarroch que vive desde 1972 em Jerusalém. Não o coloco aqui pondo-me ao lado de uns ou de outros, é tudo demasiado complexo e chocante para ter posições extremadas dessas, é apenas mais um olhar sobre o eterno conflito do Médio Oriente.
Dentro de alguns momentos ele far-se-á explodir
é novo, não tem filhos
não tem mulher, dentro de um momento
nada restará de si.
Ninguém saberá quem ele foi
deixou há anos a sua casa
e desapareceu
para sempre.
Estou sentado muito perto
bebendo um expresso
e fumando uma cigarrilha
e o meu amigo pede-me que o acompanhe
ao lugar da bomba
digo-lhe que estou cansado
o que não é verdade
e que esperarei por ele.
Ele não sabe e eu não sei
que dentro de minutos
a esperança de paz explodirá
e o terrorista explodirá
e que a perna de Meitel explodirá
e que o seu irmão Asaf irá para o céu.
O marido de Meitel, um médico
ouvirá a bomba e virá a correr ajudar os feridos
sem saber que estão lá a mulher dele e o irmão dele.
Saboreio o expresso
faz sol em Tel Aviv
e depois desta bomba
nada será o mesmo durante meses
as pessoas terão medo de voltar aqui
a rua Dizengof estará deserta.
Ninguém o poderá deter agora
é demasiadamente tarde
morrerá por Allah
e por ser jovem, virgem
e indoutrinado.
Mesmo que eu lá vá não poderei impedi-lo
O meu amigo desaparece
A culpa que morre solteira
Dia D
As eleições Americanas chegaram ao momento decisivo que se aguardava desde Janeiro, quando estas primárias começaram. Do lado Republicano McCain será inquestionavelmente o candidato, mas o interesse desta noite está no lado democrata e nos diferentes cenários que se poderão colocar. O primeiro cenário e que seria de terror para Clinton seria perder no Ohio e no Texas, tal ditaria automaticamente a sua saída, o próprio partido mostraria muitos anti corpos à manutenção de Hillary na campanha. Um segundo cenário, e que na minha opinião é muito é provável que aconteça, passa pela vitória de Clinton no Ohio e a de Barack no Texas. Clinton tem de facto uma base de apoio convincente no Ohio sobretudo junto dos blue collar workers que continuam muitos ao ladoda ex-primeira dama, preferindo o seu discurso supostamente mais concreto e que segundo eles lhes á maior confiança em relação aos objectivos do futuro presidente dos Estados Unidos. Por fim um terceiro e último cenário seria a vitória de Clinton no Texas e no Ohio o que simplesmente poria as eleições primárias democratas de novo na estaca zero guardando para os últimos Estados o fim desta indecisão. A campanha foi mais acirrada que nunca nos últimos dias, com conflitos entre os candidatos democratas a girar em torno de plágio de propostas para o Serviço Nacional de Saúde, a polémica da foto de Obama vestido de Muçulmano ou o mais recente caso de um assessor de Obama que foi levado a tribunal acusado de corrupção. Hillary tenta a todo o custo manter votos, sobretudo o voto latino, por isso ontem a partilha do palco com a popular dona de casa desesperada Eva Longoria ou a recente ida ao programa do Jon Stewart ou ao Saturday Night Live como forma de recuperar algum eleitorado jovem que está nas mãos de Obama. Mas Hillary continua a apostar na experiência e esta semana disse a frase que provavelmente resumirá o discurso da sua campanha nestas primárias afirmando que quando ela ou John McCain entrarem na Casa Branca os Americanos saberão que eles têm um passado atrás deles mas que Barack Obama terá apenas no seu passado o discurso feito na Convenção Democrata em 2004. Veremos hoje se esta estratégia resultou!
sábado, 1 de março de 2008
Itália volta ao mesmo!
Os italianos vão pela enésima vez a eleições desde que o regime em que vivem se iniciou após a segunda guerra, neste período já tiveram dezenas e dezenas de governos, muitos deles sustentados por coligações que têm uma certa tendência para se esfarelar muito rapidamente. Quem está de volta nestas eleições é o nosso Berlusconi, as saudades que tínhamos dele e dos momentos como este que só ele sabe protagonizar. Parafraseando os slogan das campanhas do magnata dos media: Força Itália!
A política revestida a plástico
Por altura do 3º aniversário da eleição do governo tivemos uma autêntica lição, dada por Sócrates e pelos seus amigos que lhe tratam da imagem, de como se cria o país do parecer, cheio de maior formação profissional, com um ímpeto reformista inabalável, independentemente do teor das reformas, no fundo o Portugal com esse primeiro-ministro corajoso, dedicado, o único capaz de se sacrificar pelo interesse do país. Como Pacheco Pereira e António Barreto diziam há umas largas semanas numa entrevista dada ao Expresso o velhinho António Ferro e os seus ajudantes do Secretariado de Propaganda Nacional eram uns autênticos “meninos de coro” comparados com estes fazedores da imagem de Sócrates e foram estes tais fazedores de momentos políticos que criaram aquela sessão de comemoração dos três anos de governo. O cenário era perfeito, o primeiro-ministro, os ministros, uma audiência simpática, um palco bonito ao olhar e uns tantos jovens das Novas Oportunidades e de mais outros programas do governo a explicarem o quanto gostaram de fazer parte destas iniciativas e para rematar Sócrates até citou Obama! Pena que as diferenças entre os dois sejam abissais!
É esta a política plastificada de hoje, não digo que precisamos de discutir as questões políticas como o fazíamos há 30 ou 40 anos, mas criámos sobretudo a política que vive do momento em que se profere o discurso ideal, o sound byte perfeito. E é estes momentos que se tem que criar em doses industriais, tudo para estar à tona de água e isso o marketing político tem sabido muitas vezes fazê-lo!
Estamos uns especialistas em eleições Americanas
Para mim é aqui que está o atractivo destas campanhas, debates reais, discussões sobre questões, candidatos que são levados a discutir os temas e tal acontece para lá das cortinas de fumo das questões pessoais sobre cada candidato que sempre vão aparecendo. Estas são umas eleições que envolvem realmente o país, é inovador ver os americanos a colocar vídeos no YouTube com perguntas aos candidatos que depois são usados nos debates da CNN. Neste aspecto temos muita coisa a aprender e a ganhar com as campanhas que se fazem nos Estados Unidos. Até lá vamos seguindo uma campanha inédita, como Jon Stwart disse na cerimónia dos óscares: "A realidade ultrapassa a ficção. Normalmente quando vemos um preto ou uma mulher como presidentes dos EUA, há um meteorito prestes a atingir a estátua da liberdade".