sábado, 22 de março de 2008

Esquecimentos evitáveis

Galvão de Melo morreu aos 86 anos, mais uma figura do PREC que desapareceu, membro da junta de salvação nacional, candidato presidencial em 80, uma figura histórica do pós 25 de Abril, mas tudo isto parece ter passado ao lado do país que adormeceu sobre o chocolate dos ovos e amêndoas pascais e que deu a notícia como informação de rodapé preferindo as repetitivas notícias sobre os destinos de férias dos portugueses.
Parece que ninguém se lembrou de na morte de Galvão de Melo decretar luto nacional, como também ninguém se havia lembrado na morte de Maria de Lurdes Pintasilgo ou na de Sophia de Mello Breyener. Siceramente não vejo isto como uma comichice minha, se o luto nacional existe convém que seja decretado nos momentos em que seria exigido que o fosse. Obviamente que nenhuma destas figuras fica diminuída por não ter sido decretado luto nacional na sua morte, nenhuma destas figuras perde a sua importância histórica, mas esta é uma atitude do mais condenável esquecimento quando se ignora figuras que influenciaram a vida do país. Mais grave do que tudo parece que o luto nacional parece ser usado sem critério, muitas vezes seguindo apenas as reacções populares
.
Talvez começasse a ser altura de aplicar com algum bom senso o luto nacional, que sobretudo revela o mínimo de respeito e de cultura histórica do um país que se quer com memória.

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