sábado, 1 de março de 2008

Estamos uns especialistas em eleições Americanas


A Visão publicou na edição desta semana um artigo tentando entender o porquê de andarmos todos com os nomes Hillary e Obama na ponta da língua. Sem dúvida que esta é uma das eleições Americanas mais seguidas de sempre, e de fcato a campanha tem tudo para chamar a atenção . Estas são as eleições pós-Bush, o que não deixa de ser importante para os Europeus que tanto se afastaram da América nos últimos anos. A isto deve-se juntar o facto dos próprios Europeus sentirem que partilham a mesma realidade do terrorismo com os Americanos e só com eles é que poderão enfrentar o pós 11 de Setembro.
Contudo existem muitas outras razões mais ou menos políticas para seguir esta campanha. Estas são,muito provavelmente, as eleições mais interactivas de sempre, as eleições em que mais rapidamente podemos ter acesso a tudo o que se passa em cada canto dos Estados Unidos seguindo a campanha dia a dia. Em dia de primárias seguir o resultados tornou-se um mundo de opcções multimédia complementando a televisão com vários excelentes sites sobre as eleições que têm surgido .
Não deixa contudo de ser interessante como nos tornámos minimamente conhecedores da campanha americana, de toda a mecânica que envolve um processo eleitoral, para todos os efeitos complexo, que envolve primárias, delegados e super-delgados. E este também é um dos aliciantes da campanha poder acompanhar como evoluem os eleitorados ao longo da campanha, quais os os pré-vencedores que caiem, quais os candidatos que emergem, e todo este ciclo eleitoral permite-nos conhecer bem melhor os Estados Unidos entendendo o quão diferente e variado é o tecido social Americano. Faz-nos mergulhar um pouco no seio de cada Estado Americano, ir para lá das fotos de Nova Iorque, Washington ou Chicago. E esta é também a adrenalina que cativa nestas eleições, assistir ao evoluir de uma campanha tão longa e que sobretudo, como alguém dizia nesta reportagem da Visão, uma campanha que por ser tão prolongada nos deixa espaço para ouvir os candidatos discutir verdadeiramente e profundamente cada um dos temas, seja o tema: a Guerra no Iraque ou o Serviço Nacional de Saúde.
Para mim é aqui que está o atractivo destas campanhas, debates reais, discussões sobre questões, candidatos que são levados a discutir os temas e tal acontece para lá das cortinas de fumo das questões pessoais sobre cada candidato que sempre vão aparecendo. Estas são umas eleições que envolvem realmente o país, é inovador ver os americanos a colocar vídeos no YouTube com perguntas aos candidatos que depois são usados nos debates da CNN. Neste aspecto temos muita coisa a aprender e a ganhar com as campanhas que se fazem nos Estados Unidos. Até lá vamos seguindo uma campanha inédita, como Jon Stwart disse na cerimónia dos óscares: "A realidade ultrapassa a ficção. Normalmente quando vemos um preto ou uma mulher como presidentes dos EUA, há um meteorito prestes a atingir a estátua da liberdade".

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