Há dias fui levado a ver a mais recente fita de Sean Penn como realizador. Não conhecia o filme, só depois de o ter visto é que descobri que tinha tido duas nomeações para os Óscares, talvez este desconhecimento se entenda pelo incompreensível facto do filme só estar em 2 ou 3 salas em Lisboa.
Para quem ler a sinopse esta obra parecerá a repetição do eterno cliché do filho que sai de casa dos pais deambulando por caminhos sem fim não tendo poiso onde parar. No entanto resumir o filme desta fora torna-o redutor e não mostra, nem por perto, a enorme beleza da fita. Baseado na história verídica de Christopher McCandless, um jovem de aparente de sucesso que certo dia corta com a família e com as raízes e mergulha, sem um tostão no bolso, na Natureza da América, nas paisagens imensas, que só uma excelente realização nos consegue transmitir. É uma metáfora do regressar à natureza no seu estado mais puro, mas esta figura: Christopher McCandless, agora transformada pelo próprio em Alexander o Super Vagabundo (personagem interpretada brilhantemente por Emile Hirsch ) deixa-nos o constante dilema se será ele apenas mais um idealista sem rumo à procura de algo, algo que nem ele próprio sabe o que é, ou um sonhador consciente que deseja apenas procurar a natureza que apenas imaginava nos romances que devorava.
Sem querer, ou talvez não, no turbilhão da acção em torno da personagem principal acabamos por cair num retrato doce da América a vir para os anos 90, cheia dos seus hippies falhados, dos primeiros piratas de Atenas de satélite, dos velhos veteranos que começam a desaparecer e a ficar definitivamente sós. Uma intensidade dramática medida cuidadosamente e que acaba por chutar para o espectador muitas das emoções do filme.
Um filme com um texto brilhante acompanhado da excelente banda sonora de Eddie Vedder, tornando o fundo sonoro tão bom como as imagens que o acompanham. Imperdível!
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